sexta-feira, outubro 18, 2013

Viáfara, o amigo de Jackson: «Se marcar no Dragão ele desculpa»

Ponta-de-lança colombiano do Trofense tem uma grande história de vida; ao Maisfutebol fala dos «biscates» do passado e da relação «especial» com o compatriota famoso

Colombianos, pontas-de-lança, camaradas. O FC Porto tem Jackson Martinez, o Trofense responde com Jhoan Viáfara. Conheceram-se através de amigos comuns «há um par de anos», estabeleceram uma «relação forte» e são agora quase vizinhos no Norte de Portugal.

E para tornar tudo isto mais interessante, o sorteio da Taça de Portugal colocou-os em lados opostos. Sábado, no Dragão, Viáfara vai querer «pela primeira vez na vida» fazer uma desfeita ao amigo Jackson.

O Maisfutebol foi à Trofa conhecer melhor o menos famoso doscafeteros. «O Jackson tem sido um grande apoio para mim, um amigo de todas as horas. Ensina-me sempre qualquer coisa quando estamos juntos, mas não vai levar a mal se eu marcar no Dragão», diz Jhoan Viáfara.

Na altura do sorteio, aliás, Jackson ligou ao compatriota e lançou-lhe precisamente esse desafio: «disse-me que se eu marcar no Dragão posso marcar em qualquer lado», confidencia o avançado do Trofense, de 23 anos e já três golos em Portugal (dois na taça e um na II Liga).

Mas, afinal, o que vale este desconhecido Jhoan Viáfara? É tão bom como os outros avançados colombianos?

«Não sou um Jackson ou um Falcao, mas sonho chegar em poucas épocas ao nível deles. Sou interessante no jogo aéreo, gosto de ter a bola nos pés e trabalho muito para a equipa», define-se Viáfara.

«Pensei que o Montero se tinha perdido nos EUA»

É uma tradição nestas ocasiões e Jhoan Viáfara não foge dela. Se o Trofense passar no Dragão, Jackson, Quintero e Quiñones que se preparem. O amigo colombiano vai querer ficar de barriga cheia.

«Ainda não estabelecemos os termos da proposta. Quero falar com eles até ao jogo. Quando o Jackson voltar da seleção vamos ter tempo para isso», avisa o rapaz natural de Cali.

A Colômbia está a mais de sete mil quilómetros. A televisão e a internet ajudam Jhoan Viáfara a matar as saudades, mas decisiva tem sido a amizade sempre disponível dos três compatriotas dragões. Principalmente de Jackson.

«Comemos juntos, falámos do nosso país, até da seleção e do Mundial», esclarece Viáfara, também ele orgulhoso pela qualificação para o Brasil-2014.

«Estamos há 16 anos sem ir a um Mundial, quase nem me lembro. De qualquer forma, acho que o selecionador José Pekerman tem de perceber que Jackson é o parceiro ideal para Falcao, não é o Teófilo Gutierrez».

Está lançado o desejo de Viáfara. Mas, e Fredy Montero? «Não o conheço pessoalmente. Vi-o a jogar algumas vezes e foi duas vezes o melhor marcador no meu país. No Sporting voltou a ser o que era. Honestamente, pensava que se tinha perdido nos EUA, nunca mais ouvi falar dele».

Das dificuldades em Cali aos golos em Barracas, Buenos Aires

Jackson, Montero, Falcao, Quiñones e Quintero. Tudo bem, fantásticos. E Jhoan Viáfara? Qual é a história deste menino «profundamente religioso» e oriundo de uma família «pobre e honesta» de um pueblozito a poucos quilómetros de Cali?

«Bem, comecei a jogar com sete/oito anos no América Cali. Era difícil treinar porque a minha casa ficava longe e nem sempre tinha dinheiro para os transportes. Alguns anos depois tive mesmo de abandonar o futebol».

As condições económicas dos pais de Viáfara pioraram substancialmente. Jhoan esteve duas épocas afastado das canchas, «a fazer biscates em todo e qualquer ofício» que lhe surgisse. «Muitas vezes me deitei e chorei, a pensar na falta que os golos me faziam».

O regresso foi tímido. Primeiro no América, sem sucesso, e depois no Bogotá Fútbol Club. Até 2011. «Joguei muito, fiz alguns golos e surgiu a oportunidade de jogar na Argentina». Viáfara não hesitou e mudou-se para o Club Atlético Barracas Central, pequeno clube de Buenos Aires.

«Passei uma época na II Divisão. Pela primeira vez senti que podia ser profissional. Em junho um agente falou-me de Portugal e enviei uns vídeos. Desafiaram-me para um período de testes e vim. Correu bem e o professor Luís Diogo deu o aval à minha contratação».

«Viáfara tem enorme potencial», diz ex-treinador

Portugal passou a ser um país reconhecido pelos colombianos por culpa do futebol. Viáfara aceitou o desafio, na esperança de imitar as histórias de compatriotas famosos.

«Só conhecia o Figo, o Cristiano Ronaldo, a seleção, o Porto, o Benfica e nada mais. Mas fui muito bem recebido e só tenho a agradecer às pessoas do Trofense e ao professor Luís Diogo por ter acreditado em mim».

Ao Maisfutebol, o ex-técnico do Trofense deixa um aviso: «o Viáfara tem enorme potencial». «Observei vários vídeos dele e quis vê-lo ao vivo. É um atacante que trabalha muito e que já finaliza bem em situações de treino, com pressão mais baixa. Nos jogos ainda se precipita um pouco, mas tem tudo para melhorar».

Jhoan Viáfara, o amigo de Jackson, veio para ficar. E quer deixar a sua marca no Dragão.

Imagens de Jhoan Viáfara no Barracas Central (Argentina):


Fonte: ZeroZero

1 comentário:

Anónimo disse...

O que é a realidade, é que é um verdadeiro flop. Para alem de estar muito pesado, nao é nada forte no jogo aereo como refere no jornal, antes pelo contrario, salta muito mas nao acerta uma. Sinceramente este jogador é uma desilusao, pode até melhorar muito, tb é dificil a adaptaçao a um futebol diferente como é o portugues. Mas se ele marcar claro que iremos ficar todos contentes.