1) Presidente, a pouco mais de 15 dias de começar uma nova época desportiva como correm os preparativos?
Estamos dentro dos prazos e a cumprir o planeamento. Os nossos departamentos estão a trabalhar para que tenhamos todas as condições e os recursos para iniciar a pré-época a 1 de Julho. O nosso orçamento é muito rigoroso e, por isso, precisamos de mais tempo para concluirmos os processos. Lentamente, estamos a conseguir aproximarmo-nos daquilo que pretendemos. O processo de contratações está entregue ao mister Porfírio Amorim e ao Departamento de Futebol Profissional.
2) Afirmou recentemente que o Trofense estará na edição 2014/2015 da 2ª Liga, já tem a solução para ultrapassar o impedimento de inscrição de jogadores?
Como sabem esse impedimento foi originado pela falta de entrega da certidão das Finanças e da Segurança Social a atestar a ausência de dívidas. Temos esse problema para resolver e outros, como os salários em atraso dos jogadores e dos funcionários, mas confio que os nossos parceiros cumprirão com a palavra. Precisamos de receber todas as receitas que fazem parte da época 2013/2014 para conseguirmos regularizar e cumprir os nossos compromissos. Temos até ao final do mês de Junho para encontrar soluções para os nossos problemas.
3) Quais as suas perspetivas desportivas para a nova época?
Temos consciência das dificuldades que o Clube atravessa, por isso temos de ser realistas. Ainda é cedo para definir metas e objetivos, mas confio plenamente na capacidade e na competência técnica das pessoas que estão à frente do processo da construção do plantel para a nova época. É certo que o nosso plantel sofrerá alterações significativas, sendo neste momento o nosso objetivo assegurar a permanência de jogadores influentes, como o caso do Tiago ou do Brayan, Nani e Diogo Freire que têm propostas para sair. Estamos também em conversações com jogadores que têm contrato, mas que não encaixam no nosso orçamento ou plano desportivo. A preparação da nova época tem dificuldades acrescidas, porque todos sabem o que podemos gastar e que o nosso poder financeiro andará perto das equipas do campeonato nacional de seniores. Pretendemos um plantel de 26 jogadores com muita qualidade, determinação e ambição, sendo que até ao momento, 6 deles são da nossa formação, nomeadamente Ricardo, André Viana, Jorge Inocêncio, Simãozinho, Miguel Ângelo e Bruno Simões, o que nos orgulha imenso. Estamos a construir uma base que assegure o futuro desportivo do nosso Clube. Resumindo, somos realistas e muito ambiciosos. Vamos deixar a bola rolar, para depois posicionarmo-nos.
4) Com início do pagamento do plano de recuperação o Trofense certamente necessitará de mais apoios para garantir a sua sustentabilidade?
Sim, é um facto. Para além do orçamento anual do Clube, incluindo o da SDUQ, é necessário garantir mais apoios para conseguir pagar o acréscimo de 160.000,00€ anuais referentes ao plano de recuperação. Trata-se de um desafio enorme, maior do que garantir a manutenção da equipa na 2ª Liga. Para já temos assegurados os apoios da época anterior e estamos a desenvolver contactos e esforços junto de potenciais patrocinadores para aumentarmos as nossas receitas de patrocínio. O orçamento do futebol profissional será mais reduzido, estamos a cortar nos custos e nas despesas, vamos ajustar salários, mas não conseguimos fazer milagres. As receitas de participação na 2ª Liga têm diminuído e os custos estão aumentar de ano para ano. Para sobreviver mais uma época vamos ter de realizar parcerias que possibilitem a vinda de jogadores sem custos para o Clube. O apoio da Câmara Municipal da Trofa será fundamental para equilibrar o orçamento do Departamento de Formação, tendo em conta que não temos contrato programa desde 2011.
5) Foi reeleito recentemente para o biénio 2014-2016, qual é o projeto da sua Direção?
O lema do nosso projeto terá de ser com menos fazer mais. O nosso projeto passará por moldar o Clube ao negócio futebol, fazendo gerar o aumento de receitas. Só com a diminuição de custos e com o aumento das receitas, teremos capacidade para fazer face aos compromissos futuros. Temos a base das duas últimas épocas, em que o Clube teve os orçamentos mais baixos, desde que está no futebol profissional, e mesmo assim as receitas não cobriram os custos. Teremos de ser mais rigorosos e metódicos na abordagem desportiva à próxima época. Não podemos cometer os erros do passado, com a necessidade de mudar a equipa técnica, nem de fazer grandes alterações no plantel em Janeiro. Temos de fazer um bom planeamento e recrutamento. Para isso, conto com a experiência e a competência do mister Porfírio Amorim. Acrescido a isto, há a necessidade de profissionalizar a gestão desportiva da Sociedade Desportiva SDUQ, que passará por mudanças internas. Temos de reestruturar o futebol profissional e brevemente daremos notícias deste processo. Mas, o caminho é este. Ter uma boa equipa, com excelentes jogadores, que faça um campeonato regular sem grandes oscilações. Vamos criar e potenciar sinergias para fazer aumentar as receitas provenientes do futebol profissional. A formação, por sua vez, continuará a ser uma prioridade do nosso projeto, queremos cada vez mais ter jogadores da formação a serem opções na equipa de futebol profissional. Temos como objetivo que a equipa de Juniores esteja a disputar a 1ª divisão do campeonato nacional a curto prazo. Recentemente, fizemos contratos de formação com 7 jogadores dos Juvenis, depositando muitas e boas expetativas no futuro.
6) Como comenta o que se tem passado no processo eleitoral para a Liga?
Não há muito para comentar, mas sim para lamentar. Reclama-se insistentemente pela credibilidade do futebol português e na prática muito pouca gente contribui para essa imagem. Neste processo o interesse dos Clubes está em segundo ou em terceiro lugar, não é prioritário. O imbróglio criado tem fundamentos jurídicos e estatutários, não cabendo a mim fazer juízos. Só sei que estamos a dias de começar uma nova época, sem estabilidade organizativa e diretiva, sem patrocinadores para as competições e sem saber se a Liga tem condições financeiras para garantir a realização dos jogos, nomeadamente, dos jogos da Taça da Liga. Penso que os Clubes terão uma palavra a dizer neste contexto e mostrar firmemente que a Liga existe e serve para defender os seus interesses. De resto é tudo histórias. Como Presidente de um Clube que compete na 2ª Liga, tenho a dizer que o melhor para os Clubes da 2ª Liga é ter alguém para Presidente que se interesse e se motive por aumentar as receitas a distribuir pelos Clubes. A prioridade da Liga deve ser comercial, pois a sustentabilidade dos Clubes da 2ª Liga depende das receitas que a Liga for capaz de distribuir, sendo de direitos televisivos, de patrocínios ou de fundos de solidariedade.
Fonte: Facebook CD Trofense
1 comentário:
Grande presidente e equipa diretiva, tiveram coragem de "pegar" no trofense., quando estava numa fase menos boa, e recuperaram o orgulho dos trofenses que andava ferido. espero que continuem neste projeto e acredito que todos juntos iremos fazer deste clube que ja e grande muito maior. força trofense.
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