Jovem João Pereira espera crescer no Sheriff
O defesa da selecção de Sub-21 de Portugal, João Pereira, fez mais de
três mil quilómetros rumo a Leste para dar um passo em frente na
carreira e alinhar nos moldavos do Sheriff, mas a ambição aponta para
mais perto.
Cerca
de três mil são os quilómetros que separam Tiraspol de Barcelona, mas
para João Pereira, jovem defesa internacional Sub-21 de Portugal, a
pouco habitual decisão de deixar bem cedo o seu país para rumar a uma
nova aventura na capital da República da Moldávia foi inspirada no sonho
de, um dia, vestir a camisola do actual campeão espanhol e europeu.
"Quero jogar pelo Barcelona", frisou o defesa de 21 anos. "Tenho
consciência de que nem todos os que querem lá jogar conseguem, mas vou
trabalhar muito e, quem sabe, talvez um dia este meu sonho se torne
realidade."
Rumar a uma antiga república soviética constitui um grande desvio
para quem quer ir de Portugal para o Nordeste de Espanha, e João
Pereira, que antes alinhava pelo Trofense, no segundo escalão do futebol
português, admite que alguns dos seus colegas da selecção lusa de
Sub-21 brincam com ele sobre a escolha do seu novo clube.
Ao mesmo tempo, porém, existe uma lógica evidente por detrás desta
sua mudança de ares. "A maioria dos jogadores irá concordar que a
possibilidade de jogar na UEFA Champions League ou na Europa League é um
argumento importante", explicou ao UEFA.com. "Alguns dos meus colegas
têm contratos com equipas dos escalões principais de Espanha e Portugal,
mas eu estou a seguir o meu próprio percurso."
"Este é um passo em frente na minha carreira, que ainda está no
início. Por agora dou-me por satisfeito por ajudar o Sheriff a sagrar-se
campeão nacional e jogar na Europa, se tudo correr bem, quem sabe, na
fase de grupos da Champions League."
O Sheriff é, efectivamente, uma equipa habituada aos palcos europeus.
Esteve dez anos consecutivos nas pré-eliminatórias da UEFA Champions
League, antes de, no ano passado, perder o título de campeão moldavo
para o FC Dacia Chisinau, e nas temporadas de 2009/10 e 2010/11 marcou
presença na fase de grupos da UEFA Europa League.
A contratação de João Pereira, que assinou pelo clube um contrato
válido por três anos e meio, deu que falar na República da Moldávia e
sublinhou a determinação do Sheriff em recuperar o título perdido para o
Dacia. No que diz respeito ao jogador, trata-se de um grande desafio
para alguém que apenas havia jogador nos escalões inferiores em
Portugal.
João Pereira havia chegado ao Trofense depois de uma passagem pelo
Fátima. Agora, contudo, joga num clube que luta pela conquista de
troféus. "Queria experimentar jogar fora do meu país, lutar por títulos
e, mais importante, disputar as competições europeias", referiu. "Aqui
tenho as condições ideais para melhorar como profissional, contamos com
uma excelente infra-estrutura e os objectivos são alto."
Esteve pela primeira vez no campo de treinos do Sheriff quando, em
Setembro do ano passado, as selecções de Sub-21 de Portugal e da
República da Moldávia se encontraram. "Foi em Tiraspol que joguei pela
primeira vez neste país. Ganhámos 2-0 e tive a felicidade de apontar um
dos golos", recorda João Pereira, que alinhou em todos os jogos da
selecção portuguesa no Grupo 6 de apuramento para o Campeonato da Europa
de Sub-21 de 2013.
"Gostei bastante do campo de treinos do Sheriff. Apenas alguns meses
depois, o clube acabou por me oferecer um contrato, por isso parece
coisa do destino." Estreou-se com uma vitória por 2-0 sobre o FC
Costuleni, a 3 de Março, num jogo em que alinhou no lado esquerdo da
defesa e fez a assistência para um dos golos. De volta ao centro da
defesa, já defrontou por duas vezes o grande rival na corrida ao título,
o Dacia, tendo ambos os encontros terminado com empates a zero.
O jogador admite que se está a tentar adaptar, pouco a pouco, ao
futebol de um país diferente. "As equipas aqui dão mais atenção à força
física do que à técnica, ao contrário do que sucede no meu país",
acrescentou João Pereira. "É complicado habituarmo-nos a isso de um
momento para o outro, particularmente porque a maior parte dos jogos são
disputados em relvados artificiais." Não há dúvida que há muito mais
aspectos aos quais João Pereira se terá de ambientar, mas tanto ele como
o Sheriff esperam que a coragem de abraçar este desafio acabe por dar
frutos.
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