terça-feira, abril 12, 2011

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O Jogo - Três reis magos rumam à subida

A vitória alcançada pelo Trofense frente ao Aves foi um triunfo total. Antes de mais porque permitiu à equipa manter os lugares de subida bem perto e, simultaneamente, arrumar em definitivo o Aves dessa luta. Mas para o treinador Porfírio Amorim o jogo trouxe ainda outras certezas: a de que, por exemplo, a missão de render Tiago, uma das mais influentes peças da equipa, tem destinatário à altura. O capitão e médio-defensivo, ausente por castigo, foi substituído por Filipe Gonçalves, habitual na "posição 8", e com resultados francamente positivos. Para o jogador, lançado por António Jesus no futebol sénior aos 17 anos, ao serviço do Espinho, foi o regresso a um papel que, por exemplo, Jesualdo Ferreira lhe deu no Braga, numa partida frente ao Beira-Mar. "Não foge muito das outras funções no meio-campo", explica.

Na frente, Porfírio Amorim também viu motivos para sorrir. Aristide Bahin abriu o livro, e o marcador, com um chapéu espectacular, vendo assim quebrar um jejum do avançado marfinense em 2011. A O JOGO, Bahin começa por descrever o lance com o passe de Gegé, central utilizado a lateral-direito, e termina referindo a opção por um remate colocado e não em força. Foi o ponto alto de uma experiência na Trofa que classifica de "muito boa". "Portugal tem dos melhores campeonatos da Europa. É bom estar cá, numa boa equipa que me permite progredir", refere. O jogador africano tem deixado Reguila com menos espaço de manobra na equipa titular mas até aí a partida de domingo foi como que especial. O avançado, melhor marcador do campeonato na última época, com 15 golos, rendeu Bahin no segundo tempo e apontou, finalmente, o primeiro golo na corrente edição da prova. "Ainda mandei algumas ao poste. Às vezes parecia que a bola não queria entrar", graceja, ciente de que ainda vai a tempo de protagonizar "uma boa ponta final de temporada", embora lamente o problema de saúde que o afectou no decorrer da campanha.

Tudo somado, foram três pontos fundamentais, com uma espécie de três bónus para o treinador, importantes para encarar as seis finais que ainda faltam disputar.

Um golo para os adeptos e outro para África
Os golos do Trofense foram festejados de forma efusiva. O último deles acabou com Reguila, já sem camisola, agarrado aos adeptos, que pela primeira vez na época puderam festejar um remate certeiro do avançado no campeonato. Diferente, mas não menos especial, foi o modo como Bahin celebrou o 1-0. O jogador africano envergou uma braçadeira preta e dirigiu-se a Moustapha, que via a partida da bancada. Ambos são marfinenses e foi a forma que Bahin encontrou não só para homenagear o compatriota como também todo o povo da Costa do Marfim. O país africano, recorde-se, vive uma crise política depois de Laurent Gbagbo, ontem capturado, se ter recusado a passar o poder para o presidente eleito, Alassane Ouattara.

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Com 26 anos, Filipe Gonçalves conta já com dois importantes títulos na carreira. O primeiro dos quais surgiu na temporada 2006/07, ao serviço do Leixões, onde alcançou a subida de divisão com o troféu da Liga de Honra incluído. Na época seguinte deu-se o grande feito até ao momento: a vitória na primeira edição da Taça da Liga, então com as cores do Setúbal e numa final ganha ao Sporting.

99 

Reguila é já um ídolo para os adeptos do Trofense, clube que representou em todos os escalões nacionais. Contas feitas, o avançado leva já 99 golos com a camisola do emblema da Trofa, a um, portanto, da histórica marca da centena, que acredita poder concretizar já na próxima ronda. De todos eles, destaque para o primeiro de três que assinou no principal escalão: foi frente ao Benfica e abriu um triunfo por 2-0.

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Aristide Bahin apontou frente ao Aves o terceiro golo no campeonato. Oliveirense e Estoril, em ambos os casos também em casa, tinham sido as vítimas anteriores de um jogador que se destaca pela envergadura física. Curiosamente, tudo jogos que o Trofense venceu, o que faz de Bahin uma espécie de talismã: sempre que marca a equipa ganha. Esta é, aos 23 anos, a primeira experiência no futebol europeu.

HUGO M MONTEIRO

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