quinta-feira, outubro 27, 2011

Entrevista do Presidente José Leitão ao Jornal O Notícias da Trofa


A poucos dias de completar 4 meses à frente dos destinos do Clube, o Presidente da Comissão Administrativa do Clube Desportivo Trofense, José Leitão, faz um balanço positivo da sua gestão, mas revela que a estabilidade e sustentabilidade do Clube estão em risco.



1) Como avalia a gestão da Comissão Administrativa que preside?
Começo por lembrar que, a Comissão que presido foi a única solução que apareceu para viabilizar a continuidade do C.D. Trofense enquanto clube de futebol profissional. Assumimos o Clube conscientes da difícil missão, mas realistas quanto à sustentabilidade do projecto época 2011/2012, de acordo com um conjunto de pressupostos que foram definidos e analisados antes de avançarmos para esta solução. Faço um balanço positivo da gestão da Comissão, mas estou preocupado com o futuro desta Instituição. Olho para o amanhã com receio que as imensas dificuldades que atravessamos ameacem de tal forma a estabilidade do Clube, que este não tenha viabilidade para sobreviver. As nossas forças começam a esgotar-se e os apoios e as receitas demoram a chegar.

2) A que dificuldades se refere?
Refiro-me a dificuldades financeiras e de tesouraria. Apesar de termos realizado um considerável e significativo emagrecimento no orçamento para o futebol profissional e realizado cortes nas despesas correntes do Clube, as receitas efectivas ficam longe das receitas inicialmente previstas e são insuficientes para garantir a estabilidade do Clube no curto prazo. A actual insuficiência de receitas ao nível da sponsorização, da quotização, da publicidade e da venda de lugares anuais tem inviabilizado o nosso compromisso inicial para com os fornecedores. O orçamento foi elaborado contemplando um plano de pagamentos a curto e médio prazo, no entanto, com as dificuldades sentidas não estamos a conseguir assegurar os acordos obtidos junto dos fornecedores. Tínhamos previsto conseguir junto da banca a antecipação do valor do protocolo estabelecido com a Câmara Municipal, o que permitiria nos meses iniciais da época fazer face ao pagamento de salários e acordos firmados, mas entretanto aconteceram alterações no sistema financeiro do País que impossibilitaram essa operação. Conseguimos manter o Clube activo e formar uma equipa de futebol profissional, que nos dá garantias de somar pontos suficientes para assegurar a manutenção, através da imprescindível ajuda do anterior Presidente Dr. Rui Silva. Tem sido incansável com o Clube, respeitando integralmente os compromissos assumidos com esta Comissão de assegurar os pagamentos relativos ao leasing do sintético de Paradela, finanças, segurança social e banca respeitantes às épocas da sua gestão. Deixou o Clube governável e estruturado, e agora continua sensível às dificuldades vividas pelo Clube, tendo sido o garante dos pagamentos dos salários até este momento, mas esta Instituição não pode depender eternamente do seu apoio e da sua família, pelo que continuará a assumir os seus compromissos com esta Comissão, mas não está disponível para continuar a financiar o orçamento desta época.

3) Mas o que é o que o Clube precisa para inverter esta situação?
Precisamos de receitas extraordinárias, precisamos de apoios e patrocínios do tecido empresarial, precisamos de aumentar as receitas vindas da publicidade, precisamos de vender mais lugares anuais e precisamos de atrair mais sócios pagantes. Actualmente, dos cerca de 3600 sócios, só cerca de 1000 têm as quotas em dia. Mesmo assim, temos alguns sócios, amigos e algumas empresas que nos ajudam e temos a Câmara Municipal que continua esforçada e interessada em cumprir com os protocolos. No entanto, precisamos de mais apoios para que esta Comissão Administrativa tenha condições para garantir a estabilidade e a sustentabilidade do Clube no imediato.

4) Está agradado com a prestação desportiva da equipa orientada por António Sousa?
Globalmente, pode dizer-se que sim, mas sinceramente sinto que este conjunto de jogadores e técnicos tem potencialidades e capacidades para fazer mais e melhor. Temos alternado jogos razoáveis com jogos menos ou nada conseguidos, o que não deixa de ser preocupante. Precisamos de encontrar regularidade ao nível das exibições, para podermos fazer um trajecto seguro e em crescimento e para continuar atrair sócios e adeptos ao estádio. Espero que o próximo jogo com a Naval seja uma demonstração de competência e de querer dos nossos profissionais e que no final a vitória nos sorria, mesmo que seja em esforço e bastante suada. Quem depende de resultados não pode olhar a meios para atingir os fins. Desejo que o desempenho desportivo da nossa equipa acompanhe o enorme esforço que esta Comissão está a fazer para cumprir com os seus compromissos e para criar todas as condições para os seus profissionais.

5) Após cerca 4 meses de gestão, que mensagem quer deixar à Nação Trofense?
A conjuntura da nossa sociedade é idêntica à do Clube. Todos temos de estar conscientes e preparados para o agravamento das dificuldades. Os próximos tempos vão ser duros, mas espero que a Nação Trofense se una sem precedentes. Fui presidente deste Clube 10 anos e todos conhecem a minha dedicação ao Clube. Vou tentar ultrapassar esta situação com todas as minhas forças, mas só estarei disponível para continuar à frente desta Comissão se rapidamente surgirem soluções para os problemas e dificuldades actuais. Por isso, faço um apelo sentido às forças vivas do Concelho para ajudarem “HOJE” o Clube mais do que nunca.
(Fonte: Site do CDT)

2 comentários:

Paulo Silva disse...

Pelo menos falou a verdade, é o ex.presidente que ainda sustenta o clube. Ao que chegamos!

Anónimo disse...

Pague o salários dos meninos acho uma injustica vocês não terem a conciencia que nem todos tem como se sustentar precisam do salário que até agora vocês não pagaram...