quarta-feira, maio 05, 2010

JN | Cada trofense "deve" mais de 1700 euros

Sufoco financeiro leva Câmara a cortar apoios e investimentos

A dívida da Câmara da Trofa - concelho que nasceu há apenas 11 anos - ascende já a 64 milhões de euros. Ou seja, cada trofense "deve" mais de 1700 euros. Não há dinheiro para pagar obras em escolas e as colectividades vão ter cortes nos apoios.

O valor do passivo está a ser apurado através de uma auditoria às contas da Câmara, a cargo da empresa Deloitte, que a presidente da Câmara, Joana Lima, quis encetar assim que tomou posse, no final de Outubro passado.
O orçamento camarário aprovado para 2010 é de 54 milhões de euros e destina-se a "fazer face a compromissos anteriores", sublinhou a autarca. A receita oscila entre os 15 e os 17 milhões. Ou seja, não haverá verbas suficientes para suplantar a dívida que, distribuída pela população trofense - em 2001, habitavam no concelho 37581 pessoas - contemplaria cada munícipe com um encargo superior a 1700 euros.
Mais: a Autarquia perdeu a capacidade de contrair empréstimos à banca e as consequências não se farão esperar. "Pequenas obras e arranjos" são para adiar, prevê Joana Lima. "Temos outra situação muito complicada, que são as obras que estão a decorrer nas escolas EB1", adianta.
Assegurada fica, porém, a tão ansiada casa para a Câmara Municipal: "Vamos construir os Paços do Concelho, mesmo com esta grande dívida". Como? Através de "uma parceria público-privada" e com uma severa contenção de despesas.
Por exemplo, os subsídios para as mais de 100 associações concelhias "não vão poder ter os mesmos valores que tinham até agora". "É impossível. As pessoas têm de compreender que tem de haver cortes. Se não houver, abrimos falência técnica", admitiu, ao JN, a autarca.
"Desbaratado dinheiro público"
"No nosso entender, houve um desbaratar de dinheiro público na gestão anterior", afirmou Joana Lima, referindo-se ao Executivo liderado pelo social-democrata Bernardino Vasconcelos, que conduziu os destinos do município desde a sua criação.
"Em 2006, a Câmara tinha uma autonomia de cerca de 60%, em termos financeiros. Em 2009, passou para 13%. Ou seja, houve um endividamento nos últimos três anos", conclui a autarca socialista, notando que "houve muito desperdício de dinheiro em gestão corrente, do dia-a-dia, na aquisição de material, do mais elementar que se possa imaginar".
Joana Lima deixa, contudo, uma certeza: "A despesa corrente vai descer substancialmente no prazo de dois anos".

2010-05-01 

ANA CORREIA COSTA (Jornal de Noticias)

1 comentário:

FERNANDA disse...

Isto é tudo manobras de diversão para a Dra Joana Lima apenas apoiar os seus apoiantes. Ela é ou não a Presidente do todos os Trofenses? ou será apenas Presidente dos amigos dela?
Estou curiosa por saber qual é o apoio que ela vai dar ao CD Trofense!!! Estou muito curioso!!! Quando estava fora dizia que o anterior não apoiava o clube comoi devia, agora que está dentro, vou ver!!!