Talentos á solta numa competição que precisa de aumentar o tempo de jogo efetivo
No campeonato entre as formações B, o FC Porto levou a melhor sobre Benfica e Sporting. O segundo lugar dos jovens dragões, com uma proposta de jogo menos espetacular e ofensiva do que os rivais, representou um prémio para o pragmatismo e para a defesa mais coesa.
O Aves, 4.º classificado, poderia parecer o maior derrotado da temporada ao falhar a subida direta e a promoção através de um playoff diante do P. Ferreira. Contudo, a equipa orientada por Fernando Valente apresentou a proposta de jogo mais excitante do escalão, com base no culto da posse e da circulação de bola, proporcionando momentos de rara beleza numa competição que precisa de aumentar urgentemente o tempo de jogo efetivo.
Guarda-redes
Marafona (Moreirense) – 11 golos sofridos em 25 jogos – foi decisivo no trajeto do campeão. Quim (Aves), Coelho (Penafiel), Rui Rego (Beira-Mar) e Trigueira (União) protagonizaram épocas sólidas.
Defesas
Ricardo Nascimento (Moreirense) foi o defesa-central mais consistente, seguido por Romaric (Aves), Pedro Ribeiro (Penafiel), Ivo e Rui Correia (Portimonense). À direita, Ricardo Pessoa (Portimonense) superou Victor García (Porto B), Cancelo (Benfica B) e Paulinho (Moreirense), enquanto Jorge Ribeiro (Aves), secundado por Nelsinho (Portimonense) e Quiñones (Porto B), evidenciou-se à esquerda.
Médios-centro
Filipe Melo (Moreirense) e Pedro Moreira (Porto B) foram unidades cruciais nos dois primeiros classificados. Anderson (Leixões), Bruno Loureiro (Académico de Viseu), Patrão (Braga B), Wallyson (Sporting B), André Simões (Moreirense) e Boubacar (Tondela), todos sub-24, mostraram argumentos para outro patamar, tal como Gilberto (Covilhã), Semedo (Portimonense), Gabi e André Fontes (Penafiel).
Médios-ofensivos
Bernardo Silva (Benfica B) espalhou magia nos relvados secundários. Os veteranos Rui Lima (Oliveirense) e Hélder Sousa (Trofense) continuam em muito bom plano, tal como Diogo Cunha (Moreirense). Vasco Rocha (Aves) e Fábio Carvalho (Feirense) foram revelações.
Médios-ala/extremos
Vítor Bruno (Penafiel) e Tozé (Porto B) sobressaíram. Esgaio e Iuri Medeiros (Sporting B), Pité (Beira-Mar), Ventura (Santa Clara), Hélder Costa (Benfica B), Willian (Beira-Mar), Fábio Martins (Aves), Preciado e Riascos (Trofense), todos sub-21, merecem ser seguidos. Os tarimbados Pedro Pereira (Aves) e Luís Pinto (Chaves) foram determinantes, tal como Kuca (Chaves), Kanazaki (Portimonense), Arsénio (Moreirense) e Bata (Covilhã).
Avançados
Pires (Moreirense), artilheiro do escalão, assinou um terço dos golos do campeão. O ainda júnior André Silva e Gonçalo Paciência (Porto B) deixaram água na boca, enquanto os versáteis Lolo (Benfica B) e Dramé (Sporting B), assim como Forbes (Covilhã), evidenciaram-se. Destaque para o poder de fogo de Funes Mori (Benfica B) – 13 golos/12 jogos – e Rambé (Farense) – 10 golos/15 jogos, antes de regressar ao Restelo.
MÉDIO-ALA
VÍTOR BRUNO
BI: Vila do Conde, 13/1/1990 (24 anos), 1,71 m/69 kg. Clubes: Famalicão (infantis), FC Porto (iniciados), Padroense (juvenis), FC Porto (juvenis), Candal (juniores), FC Porto (juniores), Candal, Ribeirão e Penafiel
Um canhoto muito versátil
O jovem de Fajozes, freguesia do concelho de Vila do Conde, quis começar a carreira no Rio Ave, mas viu a porta do clube ser-lhe fechada. Não desistiu do sonho de ser futebolista e encontrou no Famalicão o espaço para dar o pontapé de saída na carreira. Deu nas vistas, rumando, como iniciado, ao FC Porto, onde completou o trajeto de formação ao lado de jogadores como Josué, Caetano ou André Claro. Sem espaço na transição para sénior, Candal (3.ª) e Ribeirão (2.ª B) serviram como montra ao Penafiel, clube onde cumpriu o seu terceiro exercício, de longe o melhor. Lateral-esquerdo convertido com sucesso em ala/extremo, Vítor Bruno assumiu um papel crucial na promoção da formação orientada por Miguel Leal, exibindo uma versatilidade impressionante que lhe permitiu ser utilizado a ala e a lateral de ambos os lados. Velocidade, aceleração, agilidade, perspicácia na desmarcação, agressividade e uma tremenda disponibilidade física são características que distinguem o canhoto, com atributos no passe, cruzamento e remate, eleito melhor jogador de fevereiro e março pelo Sindicato de Jogadores e pela Liga, depois de ter vencido, em dezembro, o prémio revelação.
MÉDIO-CENTRO
PEDRO MOREIRA
BI: Lousada, 13/3/1989 (25 anos), 1,82 m e 75 kg Clube: FCPorto B
Um jogador de 2.ª Liga, onde foi crucial para o vice-campeonato portista. Disponibilidade física, agressividade, sentido coletivo e cultura posicional definem um ótimo recuperador, eficaz a entregar a bola através de passes curtos e médios.
MÉDIO-DEFENSIVO
BERNARDO SILVA
BI: Lisboa, 10/8/1994 (19 anos), 1,73 m e 62 kg Clube: Benfica B
O físico franzino esconde um menino-prodígio com uma técnica primorosa. Desequilibrador, sem ser excessivamente egoísta, o canhoto exibe uma qualidade de passe e leitura de jogo muito acima da média, como também revela argumentos como finalizador.
AVANÇADO
PIRES
BI: Amares, 1/4/1981 (33 anos), 1,76 m e 73 kg Clube: Moreirense
O experiente avançado continua a exibir uma relação próxima com o golo, algo bem patente numa carreira construída no segundo e terceiro escalões. Sagaz a desmarcar-se, ágil, agressivo e muito oportuno, define através do pé direito e do jogo aéreo.
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