terça-feira, maio 27, 2014

Jornal Record | Gerações-coragem em busca do salto

Talentos á solta numa competição que precisa de aumentar o tempo de jogo efetivo

O Moreirense, alvitrado como principal favorito à subida, confirmou o estatuto, posicionando-se em zona de promoção desde a 8.ª jornada. Nem o insólito despedimento de Vítor Oliveira, na sequência de uma série de 16 jogos com apenas uma derrota, retirou a formação de Moreira de Cónegos da rota do título nacional, confirmado sob a liderança de António Conceição.

Menos expectável no início do exercício era a subida do Penafiel, clube que empatou (19) mais do que venceu (18), demonstrando que um dos segredos da subida da formação orientada por Miguel Leal esteve no escasso número de golos sofridos – 24 – e de derrotas: 5, as mesmas do Moreirense.

No campeonato entre as formações B, o FC Porto levou a melhor sobre Benfica e Sporting. O segundo lugar dos jovens dragões, com uma proposta de jogo menos espetacular e ofensiva do que os rivais, representou um prémio para o pragmatismo e para a defesa mais coesa.

O Aves, 4.º classificado, poderia parecer o maior derrotado da temporada ao falhar a subida direta e a promoção através de um playoff diante do P. Ferreira. Contudo, a equipa orientada por Fernando Valente apresentou a proposta de jogo mais excitante do escalão, com base no culto da posse e da circulação de bola, proporcionando momentos de rara beleza numa competição que precisa de aumentar urgentemente o tempo de jogo efetivo.

Guarda-redes

Marafona (Moreirense) – 11 golos sofridos em 25 jogos – foi decisivo no trajeto do campeão. Quim (Aves), Coelho (Penafiel), Rui Rego (Beira-Mar) e Trigueira (União) protagonizaram épocas sólidas.

Defesas

Ricardo Nascimento (Moreirense) foi o defesa-central mais consistente, seguido por Romaric (Aves), Pedro Ribeiro (Penafiel), Ivo e Rui Correia (Portimonense). À direita, Ricardo Pessoa (Portimonense) superou Victor García (Porto B), Cancelo (Benfica B) e Paulinho (Moreirense), enquanto Jorge Ribeiro (Aves), secundado por Nelsinho (Portimonense) e Quiñones (Porto B), evidenciou-se à esquerda.

Médios-centro

Filipe Melo (Moreirense) e Pedro Moreira (Porto B) foram unidades cruciais nos dois primeiros classificados. Anderson (Leixões), Bruno Loureiro (Académico de Viseu), Patrão (Braga B), Wallyson (Sporting B), André Simões (Moreirense) e Boubacar (Tondela), todos sub-24, mostraram argumentos para outro patamar, tal como Gilberto (Covilhã), Semedo (Portimonense), Gabi e André Fontes (Penafiel).

Médios-ofensivos

Bernardo Silva (Benfica B) espalhou magia nos relvados secundários. Os veteranos Rui Lima (Oliveirense) e Hélder Sousa (Trofense) continuam em muito bom plano, tal como Diogo Cunha (Moreirense). Vasco Rocha (Aves) e Fábio Carvalho (Feirense) foram revelações.

Médios-ala/extremos

Vítor Bruno (Penafiel) e Tozé (Porto B) sobressaíram. Esgaio e Iuri Medeiros (Sporting B), Pité (Beira-Mar), Ventura (Santa Clara), Hélder Costa (Benfica B), Willian (Beira-Mar), Fábio Martins (Aves), Preciado e Riascos (Trofense), todos sub-21, merecem ser seguidos. Os tarimbados Pedro Pereira (Aves) e Luís Pinto (Chaves) foram determinantes, tal como Kuca (Chaves), Kanazaki (Portimonense), Arsénio (Moreirense) e Bata (Covilhã).

Avançados

Pires (Moreirense), artilheiro do escalão, assinou um terço dos golos do campeão. O ainda júnior André Silva e Gonçalo Paciência (Porto B) deixaram água na boca, enquanto os versáteis Lolo (Benfica B) e Dramé (Sporting B), assim como Forbes (Covilhã), evidenciaram-se. Destaque para o poder de fogo de Funes Mori (Benfica B) – 13 golos/12 jogos – e Rambé (Farense) – 10 golos/15 jogos, antes de regressar ao Restelo.

MÉDIO-ALA

VÍTOR BRUNO

BI: Vila do Conde, 13/1/1990 (24 anos), 1,71 m/69 kg. Clubes: Famalicão (infantis), FC Porto (iniciados), Padroense (juvenis), FC Porto (juvenis), Candal (juniores), FC Porto (juniores), Candal, Ribeirão e Penafiel

Um canhoto muito versátil

O jovem de Fajozes, freguesia do concelho de Vila do Conde, quis começar a carreira no Rio Ave, mas viu a porta do clube ser-lhe fechada. Não desistiu do sonho de ser futebolista e encontrou no Famalicão o espaço para dar o pontapé de saída na carreira. Deu nas vistas, rumando, como iniciado, ao FC Porto, onde completou o trajeto de formação ao lado de jogadores como Josué, Caetano ou André Claro. Sem espaço na transição para sénior, Candal (3.ª) e Ribeirão (2.ª B) serviram como montra ao Penafiel, clube onde cumpriu o seu terceiro exercício, de longe o melhor. Lateral-esquerdo convertido com sucesso em ala/extremo, Vítor Bruno assumiu um papel crucial na promoção da formação orientada por Miguel Leal, exibindo uma versatilidade impressionante que lhe permitiu ser utilizado a ala e a lateral de ambos os lados. Velocidade, aceleração, agilidade, perspicácia na desmarcação, agressividade e uma tremenda disponibilidade física são características que distinguem o canhoto, com atributos no passe, cruzamento e remate, eleito melhor jogador de fevereiro e março pelo Sindicato de Jogadores e pela Liga, depois de ter vencido, em dezembro, o prémio revelação.

MÉDIO-CENTRO

PEDRO MOREIRA

BI: Lousada, 13/3/1989 (25 anos), 1,82 m e 75 kg Clube: FCPorto B

Um jogador de 2.ª Liga, onde foi crucial para o vice-campeonato portista. Disponibilidade física, agressividade, sentido coletivo e cultura posicional definem um ótimo recuperador, eficaz a entregar a bola através de passes curtos e médios.

MÉDIO-DEFENSIVO

BERNARDO SILVA

BI: Lisboa, 10/8/1994 (19 anos), 1,73 m e 62 kg Clube: Benfica B

O físico franzino esconde um menino-prodígio com uma técnica primorosa. Desequilibrador, sem ser excessivamente egoísta, o canhoto exibe uma qualidade de passe e leitura de jogo muito acima da média, como também revela argumentos como finalizador.

AVANÇADO

PIRES

BI: Amares, 1/4/1981 (33 anos), 1,76 m e 73 kg Clube: Moreirense

O experiente avançado continua a exibir uma relação próxima com o golo, algo bem patente numa carreira construída no segundo e terceiro escalões. Sagaz a desmarcar-se, ágil, agressivo e muito oportuno, define através do pé direito e do jogo aéreo.

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