Cautela deve ser a palavra de ordem
"O importante é passar a primeira fase. É importante entrar bem no Mundial, no primeiro jogo. Temos três jogos para nos apurarmos para a fase seguinte. E isso é que é o mais importante. Não vale a pena pensar mais além do que isso", explicou.
Pauleta não vê falta de ambição ou cautela nestas palavras, pois tem a opinião clara de que este não é um pensamento exclusivo de Portugal, mas de todas as grandes seleções, incluindo dos candidatos ao título.
"Não acredito que haja outra seleção - nem mesmo o Brasil, a Espanha e a Alemanha, que são os grandes favoritos - que não pense assim também. Basta as coisas não correrem bem no primeiro jogo, para tudo começar a duvidar da equipa, da qualidade dos jogadores, dos treinadores. Num jogo, muda tudo", frisou o segundo melhor marcador da história da seleção lusa, com 47 golos.
Pauleta sabe do que fala e lembra o Euro'2004, disputado em Portugal: "Recordo-me de 2004, em que perdemos o primeiro jogo. Entrámos naquele jogo, todos, com a uma grande expectativa de que nos íamos qualificar facilmente e, depois do primeiro jogo, já ninguém acreditava que íamos passar essa primeira fase".
O ponta de lança que nunca jogou na divisão principal do futebol português, já que transitou do então "secundário" Estoril para os espanhóis do Salamanca, continuando, depois, toda a carreira no estrangeiro, está convicto de que Portugal passará a primeira fase do Mundial de 2014.
"Aquilo que penso desta seleção, que vai disputar o Mundial do Brasil, e a confiança que tenho, o que acredito, é que vamos trabalhar para passar essa primeira fase. Espero e tenho a certeza que vamos conseguir", disse à Lusa Pauleta.
Claro que, chegar aos oitavos de final não será um fim, mas um princípio: "Depois, tudo é possível. É possível para nós e para as outras seleções". No Brasil, o primeiro adversário é a Alemanha, como no Euro2012, e Pauleta volta a lembrar que há três jogos para selar o apuramento: Portugal já passou perdendo o primeiro jogo, como no Euro2004 e há dois anos, e também ficou pelo caminho com um triunfo a abrir, nomeadamente no Mundial de 1986.
"Se será difícil? Essa consciência também tem que ter a seleção alemã, que também vai jogar contra uma grande seleção, que é Portugal. Há três jogos para qualificar, se ganharmos dois, estamos apurados. Isso é que é o mais importante. É importante ganhar o primeiro jogo, entrar bem no primeiro jogo, mas, se as coisas não acontecerem, não quer dizer que não tenhamos capacidade para ganhar os próximos dois jogos", frisou.
Confiança não falta ao atual diretor da Federação Portuguesa de Futebol (FPF): "Acredito que a nossa seleção tem essas qualidades, tem capacidade, tem uma seleção boa, com um ambiente bom. O fundamental é o grupo. E, numa seleção com um grupo forte, é sempre muito mais fácil atingir os objetivos".
"Com o Paulo (Bento), esta seleção tem conseguido coisas importantes para Portugal, tem conseguido criar um espírito de grupo muito bom e isso tem sido notório, tem sido visto que a nossa seleção está bem e que temos muita qualidade", prosseguiu. Também por isso, a continuidade de Paulo Bento, que renovou até 2016, é bem vista por Pauleta: "A confiança no Paulo (Bento) por parte de todos nós é enorme e ele também sente isso. E, portanto, existe uma harmonia muito grande entre nós, federação, e o Paulo. Acreditamos muito nele".
Pauleta acredita em Paulo Bento e também na grande "estrela" da seleção, o "capitão" Cristiano Ronaldo, o jogador que roubou ao açoriano o título de melhor marcador da seleção "AA".
"Se pode ser o Mundial de Cristiano Ronaldo? Acredito que sim, mas não podemos passar uma responsabilidade toda só para um jogador, mesmo que seja um jogador como é o Cristiano Ronaldo, que é, somente, o melhor jogador do Mundo, mas o importante é a equipa e o grupo", disse à Lusa o ex-avançado.
Se o grupo funcionar, o jogador do Real Madrid aparecerá, naturalmente: "Todos sabemos, os jogadores sabem, Portugal inteiro sabe, que temos um jogador que, a qualquer momento, pode ganhar um jogo para Portugal".
"Felizmente, temos a sorte de esse jogador jogar por nós, só temos de estar felizes por isso. Acreditar que ele pode, a qualquer momento, resolver um jogo", disse Pauleta, insistindo: "O mais importante é sempre o grupo".
Fonte: Jornal Record
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