Dores de crescimento….

Esta semana, quase 8 dias depois do jogo, não faz sentido falar de mais uma desgraça, não faz sentido dizer que foram precisos  (só) 2 jogadores para levar de vencida o nosso Trofense, num jogo, onde o treinador mostrou um medo exagerado, quando jogava contra 10. Tenho lido atentamente tudo que se tem escrito, tenho reflectido e se sou capaz de brincar com as situações, também sou capaz de fazer uma análise mais séria, algo que gostava lessem com a atenção merecida e debatessem sem guerras de passado e presente.

Ao longo da história do nosso clube, tivemos grandes dirigentes, bons jogadores e bons treinadores. Acima de tudo, sempre tivemos pessoas que tudo fizeram para fazer crescer o Trofense. Escusado será lembrar que passamos a maior parte do tempo a disputar campeonatos de nível inferior. Andamos no anonimato anos e anos a fio. A única forma que tínhamos de nos sentirmos a “disputar” um campeonato profissional, era sermos do Benfica, do Porto ou do Sporting. Quantos eram os Trofenses que tinham o CDT como 1º amor? …muito poucos!

De repente, assume a presidência do Clube um sócio e antigo praticante, membro de uma família que sempre ajudou na sombra o CDT. Com a sua entrada, o Clube sofreu um forte impulso e passou a lutar por objectivos mais elevados. Desde logo, ascendeu aos campeonatos profissionais, onde se mantém até ao presente. Conseguiu a proeza de jogar no patamar mais elevado do futebol nacional, tendo inclusive conquistado 4 pontos ao grande Benfica e adquiriu o estatuto de clube exemplar no futebol português. Temos actualmente um Estádio com dignidade para receber qualquer visitante. Conseguimos algo que apenas poucos se podem gabar conseguir, credibilidade. Como reconhecimento pelo seu trabalho no Trofense, o nosso presidente é referido frequentemente como uma forte hipótese para dirigir o futebol profissional em Portugal.

Em todas as suas entrevistas o nosso presidente, passou a repetir que tem um projecto para o Trofense que passa pela profissionalização da estrutura gestora do Clube, pelo desenvolvimento do futebol Formação, pela melhoria das infra-estruturas e pela estabilização da equipa na I Liga. É evidente, que actualmente o CDT está mais profissional e menos amador, está mais organizado e menos improvisador, mais transparente e menos confuso. Tem melhores resultados na Formação e as questões do futebol sénior são tratadas com mais profissionalismo e menos amadorismo. De facto, o clube está mais blindado e mais sólido. Ao contrário do que acontecia antes, ninguém sabe da vida do clube nos cafés, nos cabeleireiros, nos blogs, etc. A gestão administrativa e financeira é mais rigorosa. Acabaram a vinda de carradas de jogadores sem qualidade e sem critério, muitos deles até com lesões crónicas. Quem não se lembra que até no ano da subida, a meio da época chegaram 3 jogadores sem qualquer categoria para jogar na 3ª divisão!!??

Mas, no futebol como na vida não há infalíveis, nem profissionais que nunca errem. Em todos os clubes de todo o mundo, todos os anos, acontecem erros. Desde os grandes clubes aos clubes pequenos, todos se queixam que alguma coisa falhou e que se podia ter feito melhor nisto ou naquilo. Apenas que os competentes erram menos que os incompetentes. Quem tem provas dadas, dá sempre mais garantias de fazer bem do que aqueles que apenas usam de voluntarismos para resolver os problemas e que por vezes, acertam.
É por isso que eu tenho uma confiança total na actual estrutura do Trofense, liderada pelo nosso presidente. Quem é competente conhece a competência e escolhe sempre os melhores possíveis. O nosso presidente conhece o caminho para o sucesso.

Esta época foi uma grande desilusão. Em primeiro lugar para o nosso presidente que ainda por cima é pessoalmente o mais sobrecarregado financeiramente. Depois, para os profissionais do clube que ficam prejudicados directamente na sua profissão. E, finalmente, para os sócios onde me incluo e que passei toda a época triste com a falta de resultados e exibições. E se até Dezembro, as muitas lesões foram a causa principal da falta de resultados, actualmente e depois de os jogadores terem recuperado e das boas contratações de Janeiro, a causa da má época do Trofense, foi o insuficiente trabalho dos treinadores. Quer o Vítor Oliveira, quer o Daniel Ramos, não foram capazes de construir uma equipa competitiva, sólida e eficiente. Lacunas, todos os planteis têm. Compete aos treinadores disfarçar os pontos menos fortes e optimizar os pontos mais fortes. Nem um nem outro treinadores foram capazes disso. Por isso, acho que o maior desafio que o nosso presidente e o nosso director desportivo têm pela frente é a escolha do próximo treinador.

Tal como todos nós, tivemos as chamadas dores de crescimento. O Trofense, mesmo estando a crescer e a melhorar, teve nesta época muitas “dores”!

Ser Trofense é muito mais do que “dizer da boca para fora” que é adepto ou sócio do clube. É uma prática.

Não contem com o Bruxo para críticas pouco sérias e pouco fundamentadas! O Bruxo não é de lérias ou recalcamentos! O Bruxo não troca o Trofense por qualquer outro clube!

Bruxo do Curral da Mula