quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Entrevista a Nuno Lima | “Estamos prontos para a luta, contem connosco, não vamos atirar a toalha ao chão.”


O gestor do futebol profissional do Trofense concedeu uma entrevista ao site oficial do Clube onde abordou a prestação desportiva da equipa na 2ª Liga e perspetivou o que ainda falta jogar no campeonato.

1) Que explicação encontra para o Trofense chegar à 26ª jornada com apenas 17 pontos?
De facto chegamos a esta fase da época bastante fragilizados no que diz respeito à classificação. Dentro de um contexto de dificuldade e de significativa redução orçamental, planeamos uma época completamente diferente e as não escondemos que as nossas expetativas iniciais foram completamente defraudadas nos últimos meses. Temos de separar a avaliação à prestação e ao rendimento da nossa equipa até e depois de Novembro. A última vitória para o campeonato aconteceu a 9 de Novembro, frente ao FCPorto B e desde aí o nosso rendimento caiu para níveis bastante preocupantes. Estamos num ciclo negativo de 11 jogos sem ganhar, onde apenas conseguimos 3 pontos. Em Agosto, Setembro e Outubro ninguém se atreveria dizer que chegaríamos a esta fase numa posição tão delicada, porque nesse ciclo a equipa foi organizada, tinha dinâmicas interessantes, tinha poder de fogo na frente e estávamos com 14 pontos, a 6 pontos do meio da tabela. O que aconteceu para equipa deixar de ter rendimento e não conseguir pontos? Temos de considerar vários fatores, como o facto das lesões de jogadores estruturais, tivemos em simultâneo várias semanas sem o Hélder Sousa, Rateira, Eduardo Enrique, Tiago Portuga e Brayan Riascos, sendo que o avançado colombiano falhou no total 8 jogos, dos constantes impedimentos por castigo disciplinar e acima de tudo pelo facto do nosso plantel não estar preparado para tantas adversidades e para constantes mudanças. Temos de assumir que abordamos a época com um plantel equilibrado, mas que era composto por vários jogadores que precisavam de mais tempo para se afirmar no futebol profissional e foram obrigados a aparecer mais cedo num contexto de grande exigência, sem a devida preparação. Também reconhecemos que apostamos num número significativo de jogadores que não estavam identificados com a realidade do Clube e da 2ª Liga, não conseguindo adaptar-se, como foram os casos do Jordan Hamilton, do Chaverra e do Adukor. Mas mesmo assim, a nossa produtividade nas 26 jornadas foi bastante mais para que neste momento só tenhamos 17 pontos. Fomos e temos sido constantemente penalizados por decisões de arbitragem que nos fragilizam ainda mais. Por aquilo que fizemos ao longo desta época, penso que deveríamos ter mais 6 pontos neste momento.

2) Considera que a equipa do Trofense tem capacidades para conseguir os objetivos definidos para esta época?
Apesar da conjuntura desportiva não ser positiva, acredito convictamente que a atual estrutura tem argumentos, qualidade e capacidade para conseguir atingir a manutenção esta época. Se para várias equipas será difícil conseguir a manutenção, para o Trofense será bastante mais difícil devido à atual pontuação, mas é possível e é nisso que nos devemos centrar. Faltam 20 jogos para o final do campeonato e nos 60 pontos ainda em disputa precisamos de conseguir pelo menos 30 pontos para entrarmos na rota da manutenção. Objetivamente, 30 pontos são 10 vitórias. Será com certeza a missão maís difícil do Clube em todas as épocas que está no futebol profissional, mas a crença, o espírito de luta e a capacidade de sacrifício da nossa estrutura são enormes. Estamos prontos para a luta, contem connosco, não vamos atirar a toalha ao chão.

3) Os 11 reforços contratados no mercado de transferências de Janeiro asseguram qualidade para o enorme desafio de salvar o Trofense esta época?
Quem está a gerir este projeto tem a obrigação de arranjar soluções para os problemas identificados e penso que a nossa estrutura soube reagir às enormes adversidades encontradas esta época. Resultado disso é a chegada de 11 jogadores que vão com toda a certeza contribuir e ajudar a equipa a melhorar e atingir os seus objetivos. Claro que houve uma mudança de estratégia no perfil de jogador a contratar em relação ao início de época. As contratações iniciais encaixaram dentro de rigorosas limitações orçamentais, que reduziram o nosso raio de ação, sobretudo no mercado português, onde o salário médio para jogadores afirmados e consagrados era bastante superior ao que o Clube poderia pagar. Só foi possível alterar esta situação com a chegada ao Clube do grupo de investidores liderado pelo Dr. Rui Silva, pessoa chave nas negociações com os novos jogadores. A sua credibilidade permitiu convencer os jogadores a aceitarem este enorme desafio nas suas carreiras. Contratamos um jogador por posição e no plano global e individual a nossa equipa ficou mais forte e com mais argumentos. As nossas ambições foram renovadas, contudo, as avaliações devem ser feitas no final dos 20 jogos que faltam disputar.

4) Referiu a chegada do grupo de investidores liderado pelo Dr. Rui Silva, qual a posição atual no Clube?
Trata-se do mais importante reforço do Clube esta época e está bastante ativo no processo de tomada de decisões no futebol profissional. Todos os que fazem parte da estrutura do futebol profissional do Trofense sabem e reconhecem a importância da proximidade do Dr. Rui Silva na condução dos destinos da equipa. Representa um grupo de investidores que tem como objetivo no imediato dar sustentabilidade ao futebol profissional e a curto/médio prazo criar condições para o Clube ter outras ambições desportivas. A criação de uma SAD, sociedade anónima desportiva, para gerir o futebol profissional, poderá ser uma realidade a curto prazo, a partir do momento que apareçam mais investidores com garantias e credibilidade, e que os sócios do Clube a aprovem. Claro que, neste momento, o importante é o presente e o presente é garantir que o Trofense fique na 2ª Liga. E como todos fazemos uma pequena ideia, o futuro do Clube depende daquilo que acontecer esta época.

5) Como avalia o trabalho da equipa técnica liderada pelo mister Vítor Campelos?
Chegaram ao Clube como uma missão, transformar a nossa equipa para melhor e reestruturar o plantel, tendo como principal objetivo ultrapassar os 46 pontos no final do campeonato. Entretanto, já se realizaram 3 jogos, onde a equipa averbou 3 derrotas, sendo que a última teve contornos completamente diferentes, porque em Oliveira de Azeméis a equipa revelou argumentos e qualidade de jogo para ganhar com superioridade ao 2º classificado do campeonato. Vamos para a quarta semana de trabalho, onde a equipa já evidencia melhoras significativas no que diz respeito à organização e às dinâmicas de jogo. Reconhecemos ao treinador Vítor Campelos enorme capacidade de trabalho e de liderança. Sinceramente, estamos confiantes que terá a competência e a qualidade para tirar rapidamente a nossa equipa desta posição e no fim assegurar a manutenção. Sentimos que estamos no bom caminho.

6) Segue-se a receção ao Académico de Viseu, esperam começar a recuperação já no próximo sábado?
A nossa margem de erro é muito curta, pelo que se torna fundamental conseguir já uma vitória. Estamos centrados no jogo a jogo e sábado, esperamos que o resultado final premeie toda a vontade, sacrifício e qualidade que vamos apresentar em campo. Não podemos esquecer que defrontaremos um adversário que está numa boa fase, mas o nosso espírito é de vitória e de conquista. Sentimos que, sábado, pode ser o início de um ciclo positivo da nossa equipa. Vamos à luta!

Fonte: Facebook CD Trofense

2 comentários:

Anónimo disse...

Para os anti Rui Silva(aqueles que estão sempre do contra) Ali está explicado o que ele fez esta epoca. Sem ele não havia serginho, Zuela,Claudio,Pires,Teixeira,Targino etc...

Unknown disse...

Curioso o comentário do anónimo das 18,51. Obviamente que Rui Silva, e todos os elementos que estão envolvidos, na resolução dos problemas do Trofense, querem o melhor para o clube, dentro dos escassos recursos disponíveis, todos teêm sido incansáveis, para tirar o clube desta difícil situação. Mas, considerar, que os nomes que apontou, vão resolver os nossos problemas, é manifestamente um exagero. Alguns deles, nomeadamente Claudio e, Targino, tiveram um período de alguma ascensão, que rapidamente se esgotou, os outros são jogadores normais, que vão dar o seu melhor, sem que isso seja garantia de nada. Uma equipa leva tempo a montar, os jogadores precisam de tempo para se adaptarem, e assimilar os métodos e ideias do treinador, e outros fatores como a sorte, e contingências do jogo a nosso favor, fazem o resto. De tudo convergir, talvez nos safemos. Mas por si só, já dá para ver, que é uma tarefa árdua, e tremendamente difícil, onde não existe espaço para erros. Faço votos para que apoiem os jogadores, e não façam como até aqui, que no decorrer dos jogos ouvi assobios e críticas, principalmente para alguns.... Enquanto outros gozam de perdão total!!! E como isso tem sido determinante na prestação da equipa.... Força Trofense.