sexta-feira, julho 04, 2014

Revista Sou Trofense | Entrevista a Jorge Inocêncio

Numa conversa com Jorge Inocêncio, falamos sobre o seu percurso pela formação do Trofense, como eram as condições na altura da sua formação, como avalia as actuais condições do Complexo Desportivo em Paradela e abordamos também a sua época mais recente ao serviço do plantel sénior e profissional do CD Trofense, onde esteve envolvido num série positiva do clube e onde chegou até a estrear-se a marcar como sénior profissional. Ele está há duas épocas na equipa principal do emblema da Trofa e acabou de rubricar um contrato por mais duas épocas, o que deixa o médio de 21 anos contente e ambicioso para o que o espera. Ele quer vingar e ser uma das referências do emblema Trofense num futuro próximo!

Quem é?

Nome: Jorge Inocêncio Pereira Dias
Nacionalidade: Portuguesa
Data de nascimento: 08-05-1993 (21 anos)
Naturalidade: Lisboa
Posição: Médio-centro
Equipa: CD Trofense

ST: Como ingressas-te no CD Trofense?
JI: Incentivado pelo meu pai que desde de pequeno me incentivou a dar um pontapés na bola. Por volta dos nove anos levou-me ao primeiro treino em Paradela.

ST: Qual a opinião que tens sobre o complexo do CD Trofense em Paradela? Achas que o mesmo tem as condições necessárias para a formação de jogadores?
JI: Sim, penso que sim, pois os dois campos de relva artificial fornecido pelo clube são essenciais para o desenvolvimento das capacidades dos jogadores. 

ST: Quantos anos jogas-te no complexo? Como eram as condições na tua altura?
JI: Cerca de dez, onze anos. Quando entrei para o CD Trofense as condições eram muito diferentes das que temos hoje, na altura jogávamos em "pelado". Quando chovia tornava-se complicado jogar á bola. A meio do meu processo de formação, não consigo precisar o ano, mas penso que foi há seis anos. 
Com a alteração para relvado sintético, facilitou a formação dos jogadores e com isto a vontade e a alegria dos atletas cresceu significativamente. Lembro-me que no primeiro treino com a relva sintética foi uma alegria geral e contentamento por parte dos jogadores e directores. 

ST: Qual é a tua opinião sobre quem está a dirigir a formação do clube?
JI: Penso que são pessoas extremamente responsáveis e competentes visto que com o passar dos anos os escalões de formação têm atingido melhorias nas classificações, atingido campeonatos nacionais e o mais importante, têm investido na formação do atleta a nível pessoal e desportivo. 

ST: Durante a tua formação, alguma vez sentis-te que os pais e directores tinham muita "força" na hora do treinador escolher quem jogava?
JI: Sinceramente não, acho que os treinadores escolhem os melhores porque querem ganhar os jogos, ninguém gosta de perder.

ST: És da mesma opinião de muitos adeptos do clube, que o Trofense deveria apostar mais na prata da casa, ou por outro lado achas que ainda não existem as condições necessárias para formar uma equipa maioritariamente constituída pela formação?JI: Os jogadores da casa têm qualidade, isso e inegável, provavelmente se tivessem oportunidade conseguiriam essa tão desejada subida ao plantel sénior.
ST: Sempre tiveste apoio dos treinadores e directores que fizeram parte da formação do clube? Quem foi a pessoa mais importante para ti e que mais te ajudou, durante a mesma?
JI: Sim, sempre tive esse apoio e ajudou na minha formação. Mas nesse processo as pessoas mais importantes para mim foram as da minha família que sempre me apoiaram dentro e fora de campo. Devo-lhes um grande obrigado.

ST: Muito se tem falado que os jogadores da formação têm "raça" e amor ao clube. Achas que é mesmo assim, ou és da opinião que muitos deles apenas querem dar o salto para outros clubes de maior dimensão?
JI: Todos os jogadores sonham com esse salto e competir em grandes competições, mas em relação aos jogadores da formação acho que a raça e a paixão pelo clube é notória porque são muitas horas de convivência na formação e faz parte de nós lutar pelo clube.

ST: A tua família sempre te apoiou quanto a quereres seguir uma carreira como jogador profissional de futebol?
JI: Sempre, principalmente em momentos menos bons, como uma lesão que tive e á qual tive de ser operado. Mas paralelamente a isso fui incentivado a lutar por uma graduação ao qual estou prestes a terminar.

ST: Que balanço fazes sobre o teu percurso na formação?
JI: Um balanço extremamente positivo, fui acarinhado em certos momentos e repreendido noutros momentos que assim o justificavam. Foi onde cresci como jogador em vários níveis de jogo e onde cresci como pessoa também. Nesse percurso constam um descida de divisão em Iniciado A,  uma subida para as nacionais em Iniciado A quando era Infantil A. Tive outros bons momentos quando fui chamado para representar a Selecção distrital do Porto em sub-13 e sub-15.

ST: Depois de um percurso de sucesso pelas camadas jovens do CD Trofense, como te sentis-te ao estrear pelo plantel profissional do clube na Taça da Liga frente ao Desp. Aves em 2012/2013, quando o clube passava por um momento muito complicado?
JI: Foi uma sensação incrível! Primeiro jogo, primeiro ano como sénior, deu-me motivação para continuar a lutar pelo meu sonho.

ST: O salto de júnior para sénior (e ainda para mais numa 2ª Liga muito competitiva) foi muito complicado?
JI: É complicado sim, mas não é nada inacessível. Estamos habituados a um ritmo de jogo, a uma equipa que transita de ano para ano, conhecemos-nos e é mais fácil de jogar, a intensidade é menor, penso que são esses as principais diferenças. É um desafio novo ao qual temos de combater.
ST: Como foste recebido no seio da equipa? Sempre te ajudaram?
JI: Sim fui bem recebido, temos jogadores como o Tiago com uma larga experiência e sabem o quanto é difícil dar esse primeiro passo. 

ST: Esta época jogas-te mais vezes (18 jogos contra os 7 da época passada), muitas delas a titular e até te estreaste a marcar a nível profissional no jogo da 21ª Jornada da 2ª liga Cabovisão frente ao Chaves. O que sentis-te nesse momento?
JI: Senti-me muito bem, primeiro porque estava a ajudar a equipa a ultrapassar um momento menos bom e depois porque era o meu primeiro golo como profissional, inesquecível de facto.

ST: Depois de duas épocas como jogador profissional do clube, sentes-te mais maduro? O que mudou em ti desde aquele jogo frente ao Desp. Aves?
JI: Sim sinto que já cresci bastante desde aquele jogo, mas ainda tenho um caminho infinito de aprendizagem e formação pela frente. É difícil de enumerar as mudanças porque são bastantes, mas principalmente a nível psicológico sinto mudanças relevantes.                                                                                                         ST: Que balanço fazes da tua época (13/14)? Qual foi o melhor momento? E o pior?                               JI: Foi uma época boa, fiz alguns jogos, sinto-me realizado mas com vontade de mais. O melhor momento foi quando ajudei a equipa a ultrapassar a fase menos boa atingindo as primeiras vitórias. O pior momento foi quando me lesionei.
ST: Já tiveste alguns treinadores enquanto sénior do CD Trofense. Qual foi o que te marcou mais? E Porquê?
JI: Tive alguns treinadores, todos eles têm características diferentes e aprendemos com todos. 

ST: Qual é o jogador do plantel actual do CD Trofense que mais admiras? E Porquê?
JI: O jogador que mais admiro é o Tiago claro, primeiro pela pessoa que é, depois pelo percurso fantástico que teve e por fim por sermos da mesma posição.

ST: O que desejas para o teu futuro? Gostarias de continuar a vestir a camisola do CD Trofense por muitos anos? JI: Gostaria de me afirmar no futebol português. Gosto do clube e é neste clube que vou crescer.                                                                                                                                                    ST: O que desejas para o futuro do clube?         JI: Desejo que o clube primeiramente atinja a estabilidade, todos sabemos da situação difícil do mesmo. Após atingido esse objectivo eu como todos os trofenses gostávamos que voltasse á primeira liga portuguesa.                                                                                                                                                         ST: Neste momento estás a frequentar um "curso" de Economia na Universidade do Minho. Consegues conciliar os estudos e o futebol da melhor maneira?                                       JI: Sim tenho de conseguir porque é uma meta que quero atingir e com força de vontade tudo se consegue.

ST: Qual o clube que mais gostarias de representar em Portugal? E no estrangeiro?
JI: FC Porto e Real Madrid, são os clubes que admiro desde a minha infância.

ST: Revela-nos um jogo que mais te tenha marcado pela positiva e outro pela negativa:
JI: O jogo que me marcou pela positiva foi o Covilhã-Trofense em que encerramos um ciclo negativo e por ter conseguido fazer um bom jogo. Nenhum me marcou pela negativa.

ST: Tens algum jogador com o qual te identifiques e te sirva de exemplo?
JI: Tenho jogadores que admiro como o Tiago, mas a nível mundial gosto de ver o Xabi Alonso, Yaya Toure entre muitos outros.

ST: Que conselho deixas aos jovens jogadores da formação do Trofense?
JI: Lutem pelo sonho, acreditem sempre nas vossas capacidades.

ST: Que palavras deixas aos sócios e simpatizantes do CD Trofense?
JI: Sabemos que o clube atravessa um momento difícil e somos nós Trofenses que vamos dar a volta á situação. Com o vosso apoio tornaremos tudo muito mais fácil.

Curiosidades:

Número preferido: 37
Um livro que o tenha marcado: Não tenho
Um filme que não esquece: O gladiador
Musica ou cantor(a) preferido(a): Não tenho
Uma cor que goste: Azul
O maior sonho: Jogar uma final da liga dos campeões 
Cidade que volta sempre: Porto 
A viagem que falta fazer: Caraíbas
Um Herói: Não tenho 
Jogador que mais admira: Xabi Alonso
Objecto de estimação: Não tenho
Um ritual: Não tenho
Como ocupa os tempos livres: Amigos, ténis, playstation, etc...
Um programa de TV preferido: Não tenho 
Comida que não resiste: Picanha á brasileira


Legenda: ST: Sou Trofense, JI: Jorge Inocêncio

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