O treinador principal do Clube Desportivo Trofense, Porfírio Amorim,
concedeu esta quarta-feira uma entrevista ao site oficial do Clube,
relacionada com a prestação desportiva da equipa de futebol
profissional, na 1ª volta do campeonato da 2ª Liga.
1) Mister, terminada a primeira volta do campeonato, que balanço faz da prestação desportiva da sua equipa?
Podemos dizer que a equipa conseguiu recuperar na classificação, embora
seja cedo para falar em avanços significativos. Não podemos esquecer
que quando aqui chegamos o Clube estava em último lugar e, pior do que
isso, descrentes em si próprios. Hoje, encontra-se mais confiante pelos
resultados alcançados, mas não podemos esquecer as tremendas
dificuldades que temos pela frente. O objetivo da manutenção ainda está
longe e portanto, devemos ser cautelosos e conscientes daquilo que somos
capazes.
2) Quando regressou ao Trofense afirmou que os jogadores desconfiavam
das suas próprias qualidades e capacidades. Como conseguiu incutir uma
nova mentalidade?
É sempre difícil e ingrato falar daquilo que desconhecemos.
Objetivamente, podemos dizer que quando chegamos estávamos em último
lugar na classificação. É natural que os jogadores tivessem os seus
níveis de confiança em baixo e uma baixa perceção de competência, tudo
isto aliado à juventude da equipa. É mau quando pensamos que valemos
pouco individualmente, porém, é muito pior quando olhamos com
desconfiança para o valor do conjunto. Tivemos de ser muito exigentes,
persistentes e pacientes. Conseguimos melhorar o nível de exigência em
cada um de nós e implementamos um pensamento mais profissional.
Conseguimos também aumentar os níveis de coesão da equipa, reforçado
obviamente pelos resultados. Mesmo assim estamos longe de ter atingido
os nossos objetivos.
3) A sua equipa terminou a primeira volta em 18º lugar, fora dos
lugares de descida, e com 22 pontos, mais 7 do que na época anterior.
Qual foi o momento para a sua equipa entrar no rumo da manutenção?
Penso não ter havido um momento chave. A equipa foi subindo gradualmente
de rendimento com avanços e recuos. Resistimos a um resultado negativo
com o Feirense em casa, depois de uma semana de trabalho excecional.
Fomos capazes de dar uma resposta a um problema que criamos. Foi muito
importante. Crescemos. Quanto a comparações não entro nisso, cada
campeonato tem a sua história. Sei que tínhamos como melhor objetivo
atingir os 20 pontos na primeira volta, conseguimos 22. Ótimo.
4) Chegou ao Trofense após a 10ª jornada, encontrando a equipa no
último lugar com apenas 5 pontos. Em 11 jogos que orientou o Trofense,
somou 17 pontos em 33 possíveis. Como explica esta mudança drástica de
comportamento e de performance?
Sinceramente, há coisas onde a resposta está no trabalho e na dedicação
dos intervenientes. O empenho dos jogadores e a persistência permitem
obter resultados e por isso, não podemos dizer com segurança que não
tínhamos outras soluções. Foi escolhido este caminho, parece estar a
resultar, mas não há fórmulas mágicas. Se tiver de utilizar outros
jogadores assim o farei. Nunca lamentei a ausência de algum jogador.
5) Conhecendo agora de forma mais profunda o real valor dos jogadores
e da equipa, como avalia o plantel que tem à sua disposição?
O plantel ultimamente tem respondido. Continua a ser extenso e precisa
de ser equilibrado. Em algumas posições tem jogadores em demasia, o que
dificulta o planeamento de treino e influencia negativamente o
rendimento dos jogadores que não são convocados regularmente. Mas regras
são regras e não depende de nós alterá-las. Por isso, resta-nos
trabalhar e tentar ser melhores.
6) A média de um ponto por jornada costuma ser o suficiente para
assegurar a manutenção. Colocou a equipa dentro desse rumo, que
expetativas tem para a segunda volta do campeonato?
Devemos ter os pés bem assentes no chão e é importante não nos
desviarmos do caminho que traçamos. Ou seja, a manutenção no final da
época. O facto de atingirmos no final da 1ª volta 22 pontos não nos
garante nada. Portanto devemos ser prudentes e moderados. Gerir o
campeonato jogo a jogo e perceber que ainda vamos sofrer dissabores. Se
percebermos isso, estaremos mais perto de atingir os nossos objetivos.
7) Foi um dos principais obreiros da excelente campanha do Trofense
na época 2010/2011, em que falhou a subida por um ponto. Considera que o
Clube Desportivo Trofense continua a ter condições para repetir êxitos e
prestações do passado?
O sonho comanda a vida. Mas pensar
nisso nos próximos anos com as dificuldades que o Clube atravessa acho
que é ser irrealista. Primeiro, o Clube deve estabilizar a sua posição
na 2ª Liga e então no futuro poderá pensar ir um pouco mais além.
8) Incorporado num projeto de 1ª Liga desde o início de época, como explica o seu regresso a um Clube que deixou saudades?
Quero dizer que quando fui convidado não hesitei e desconhecia quase por
completo o que me esperava. Apenas tinha a certeza que era uma tarefa
muito difícil. Sabia que encontraria uma realidade diferente e que
trabalharia com algumas pessoas que já conhecia. Era um bom ponto de
partida.
quarta-feira, dezembro 18, 2013
Entrevista Porfírio Amorim – balanço da 1ª volta
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