quarta-feira, dezembro 18, 2013

Entrevista Porfírio Amorim – balanço da 1ª volta

O treinador principal do Clube Desportivo Trofense, Porfírio Amorim, concedeu esta quarta-feira uma entrevista ao site oficial do Clube, relacionada com a prestação desportiva da equipa de futebol profissional, na 1ª volta do campeonato da 2ª Liga.

1) Mister, terminada a primeira volta do campeonato, que balanço faz da prestação desportiva da sua equipa?
Podemos dizer que a equipa conseguiu recuperar na classificação, embora seja cedo para falar em avanços significativos. Não podemos esquecer que quando aqui chegamos o Clube estava em último lugar e, pior do que isso, descrentes em si próprios. Hoje, encontra-se mais confiante pelos resultados alcançados, mas não podemos esquecer as tremendas dificuldades que temos pela frente. O objetivo da manutenção ainda está longe e portanto, devemos ser cautelosos e conscientes daquilo que somos capazes.

2) Quando regressou ao Trofense afirmou que os jogadores desconfiavam das suas próprias qualidades e capacidades. Como conseguiu incutir uma nova mentalidade?
É sempre difícil e ingrato falar daquilo que desconhecemos. Objetivamente, podemos dizer que quando chegamos estávamos em último lugar na classificação. É natural que os jogadores tivessem os seus níveis de confiança em baixo e uma baixa perceção de competência, tudo isto aliado à juventude da equipa. É mau quando pensamos que valemos pouco individualmente, porém, é muito pior quando olhamos com desconfiança para o valor do conjunto. Tivemos de ser muito exigentes, persistentes e pacientes. Conseguimos melhorar o nível de exigência em cada um de nós e implementamos um pensamento mais profissional. Conseguimos também aumentar os níveis de coesão da equipa, reforçado obviamente pelos resultados. Mesmo assim estamos longe de ter atingido os nossos objetivos.

3) A sua equipa terminou a primeira volta em 18º lugar, fora dos lugares de descida, e com 22 pontos, mais 7 do que na época anterior. Qual foi o momento para a sua equipa entrar no rumo da manutenção?
Penso não ter havido um momento chave. A equipa foi subindo gradualmente de rendimento com avanços e recuos. Resistimos a um resultado negativo com o Feirense em casa, depois de uma semana de trabalho excecional. Fomos capazes de dar uma resposta a um problema que criamos. Foi muito importante. Crescemos. Quanto a comparações não entro nisso, cada campeonato tem a sua história. Sei que tínhamos como melhor objetivo atingir os 20 pontos na primeira volta, conseguimos 22. Ótimo.

4) Chegou ao Trofense após a 10ª jornada, encontrando a equipa no último lugar com apenas 5 pontos. Em 11 jogos que orientou o Trofense, somou 17 pontos em 33 possíveis. Como explica esta mudança drástica de comportamento e de performance?
Sinceramente, há coisas onde a resposta está no trabalho e na dedicação dos intervenientes. O empenho dos jogadores e a persistência permitem obter resultados e por isso, não podemos dizer com segurança que não tínhamos outras soluções. Foi escolhido este caminho, parece estar a resultar, mas não há fórmulas mágicas. Se tiver de utilizar outros jogadores assim o farei. Nunca lamentei a ausência de algum jogador.

5) Conhecendo agora de forma mais profunda o real valor dos jogadores e da equipa, como avalia o plantel que tem à sua disposição?
O plantel ultimamente tem respondido. Continua a ser extenso e precisa de ser equilibrado. Em algumas posições tem jogadores em demasia, o que dificulta o planeamento de treino e influencia negativamente o rendimento dos jogadores que não são convocados regularmente. Mas regras são regras e não depende de nós alterá-las. Por isso, resta-nos trabalhar e tentar ser melhores.

6) A média de um ponto por jornada costuma ser o suficiente para assegurar a manutenção. Colocou a equipa dentro desse rumo, que expetativas tem para a segunda volta do campeonato?
Devemos ter os pés bem assentes no chão e é importante não nos desviarmos do caminho que traçamos. Ou seja, a manutenção no final da época. O facto de atingirmos no final da 1ª volta 22 pontos não nos garante nada. Portanto devemos ser prudentes e moderados. Gerir o campeonato jogo a jogo e perceber que ainda vamos sofrer dissabores. Se percebermos isso, estaremos mais perto de atingir os nossos objetivos.

7) Foi um dos principais obreiros da excelente campanha do Trofense na época 2010/2011, em que falhou a subida por um ponto. Considera que o Clube Desportivo Trofense continua a ter condições para repetir êxitos e prestações do passado?
O sonho comanda a vida. Mas pensar nisso nos próximos anos com as dificuldades que o Clube atravessa acho que é ser irrealista. Primeiro, o Clube deve estabilizar a sua posição na 2ª Liga e então no futuro poderá pensar ir um pouco mais além.

8) Incorporado num projeto de 1ª Liga desde o início de época, como explica o seu regresso a um Clube que deixou saudades?
Quero dizer que quando fui convidado não hesitei e desconhecia quase por completo o que me esperava. Apenas tinha a certeza que era uma tarefa muito difícil. Sabia que encontraria uma realidade diferente e que trabalharia com algumas pessoas que já conhecia. Era um bom ponto de partida.

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