Apesar da aparente tranquilidade que o Clube Desportivo Trofense fez
transparecer com a inscrição atempada da equipa na 2ª Liga, o certo é
que a direção tem enfrentado várias dificuldades para garantir a
estabilidade do emblema.
O presidente, Paulo Melro, afirmou em entrevista ao NT que “as
dificuldades continuam”, admitindo que há incumprimentos financeiros
relativos a jogadores do plantel da época passada. “Não conseguimos
cumprir na totalidade, temos situações com jogadores por resolver, mas
estamos a tentar encontrar soluções. Com base naquilo que eram as
expectativas que tínhamos de receitas, estávamos à espera de conseguir
cumprir, mas até hoje as situações mantêm-se”, referiu.
Cerca de 76 mil euros que a autarquia deve ao clube, no âmbito de um
contrato-programa, estão inscritas no Programa de Apoio à Economia Local
(PAEL) e só quando este for aprovado pelo Tribunal de Contas é que
serão desbloqueadas. Estas verbas, frisou Paulo Melro, “permitiriam
ultrapassar estas dificuldades”, assim como se o clube “recebesse o
subsídio relativo ao protocolo de apoio que não é celebrado desde 2011”.
“A nossa preocupação é que, estando nós a atravessar um processo de
recuperação em que a pressão começa a ser demasiada, possa de alguma
forma trazer problemas adicionais que não seriam desejáveis. É uma luta
diária, e se somarmos a isto as dificuldades que as empresas atravessam e
por conseguinte a diminuição de patrocínios, mesmo com um orçamento
contido é difícil arranjar as verbas para fazer face àquilo que são as
necessidades da vida de um clube”, frisou.
O presidente espera que a chegada da verba do PAEL esteja “para breve”,
até porque “começa a ser difícil” enfrentar os jogadores que ainda têm
verbas por receber.
Por outro lado, com o chumbo do Plano Especial de Revitalização, o clube
avançou com o processo de insolvência, no qual “a possibilidade de
recuperação” superou o outro caminho, que era a liquidação. “Neste
momento, já ocorreu uma assembleia de credores, em que ficou aprovado o
caminho da recuperação e a manutenção da direção do clube com
acompanhamento, por força da lei, do administrador de insolvência. Falta
agora validar e votar o plano no âmbito da recuperação, que sofreu
adaptações, face a uma realidade diferente de setembro de 2012 para
junho de 2013”, explicou.
Também no plano desportivo, os resultados ainda não contemplam triunfos,
cenário que a direção já esperava. Paulo Melro é pragmático e relembra
que “o objetivo para esta época é a manutenção”. “Em linhas fáceis, esta
meta corresponde a ter, sensivelmente, um ponto por jornada. Quarenta e
dois pontos serão suficientes para conseguirmos o objetivo e se
fôssemos por essa lógica estaríamos com três pontos a menos, facilmente
recuperáveis”, asseverou.
O presidente está esperançado que a sorte do grupo vai mudar brevemente:
“Temos agora uma série de jogos em casa, sendo que um deles é para a
Taça de Portugal, e a equipa vai, certamente, conseguir dar uma resposta
ainda mais consistente e os resultados vão aparecer”.
Mesmo assim, o presidente relembra que houve jogos onde o desfecho
poderia ter sido diferente, como na derrota com o Porto B, com um golo
sofrido no último minuto, e no desaire diante do Sporting B, no qual o
Trofense viu um golo ser invalidado.
“Também temos alguns elementos que chegaram recentemente, que podem
ajudar os que já estavam a fazer coisas melhores, dando satisfação aos
adeptos, que compreendo se não estiverem satisfeitos. Mas têm que ter
paciência e continuar a apoiar a equipa, principalmente nos jogos em
casa, para ultrapassar da melhor forma este arranque de época”,
concluiu.
Recorde-se que, com seis jogos disputados, o Trofense está no 20º lugar,
com três pontos, fruto dos três empates e outras tantas derrotas.
Texto: Cátia Veloso
Foto: O Notícias da Trofa
sexta-feira, setembro 13, 2013
Paulo Melro em entrevista ao Jornal O Notícias da Trofa
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
deixe-se de tretas. Despeça o treinador imediatamente. Fala em falta de dinheiro e anda a contratar jogadores sem qualidade nenhuma. É so equatorianos sem qualidade e outros.
e eu a pensar que não podíamos bater mais no fundo...
que falta de ambição gritante...
É claro que as dificuldades devem ser muitas, mas acredito que com a competência e profissionalismo desta direcção as coisas vão melhorar.
Em relação ao treinador, parece que é o assunto de momento, tem contrato tem que o cumprir…se for despedido (axo que a direcção não está a pensar nisso) vão ter que me explicar muito bem porquê.
O meu dinheiro de cotas e bilhetes não é para andar a brincar aos treinadores.
É a minha opinião.
Se o clube atravessa dificuldades financeiros, gostaria de saber quantos são os "treinadores" das camadas jovens que foram ex. atletas do clube e qual é o orçamento anual para este departamento.
Enviar um comentário