Presidente Rui Silva perspectiva nova época em entrevista ao site

O Presidente do Clube Desportivo Trofense, Rui Silva, concedeu esta quarta-feira, uma entrevista exclusiva ao site oficial do Clube, perspectivando a nova época.


1. Sr. Presidente, vamos iniciar mais uma época, sente que o CD Trofense está preparado para mais esta maratona?
Estamos muito contentes com o trabalho desenvolvido. Graças ao trabalho de prospecção que fizemos ao longo do ano tínhamos referenciados e analisados vários jogadores nacionais e estrangeiros com interesse. Assim, pudemos trabalhar com a serenidade necessária para contratar com o menor risco possível. Temos o plantel praticamente fechado. Queremos fazer melhor com menos custos, o que é um desafio à nossa capacidade. Acabamos com o erro que era uma tendência do passado, de contratar quantidades massivas de jogadores em final de carreira. Não podíamos continuar a ser a equipa com a média de idades mais alta, ou seja, plantéis e plantéis de jogadores sem futuro desportivo e sem qualquer retorno financeiro. Sublinho que, nestes anos todos nunca recebemos qualquer proposta concreta para a compra de um jogador do Trofense. Nem sequer uma sondagem minimamente séria. Isso é um forte sinal que havia erros na política e na gestão desportiva. E sobretudo no passado, não foi por falta de meios financeiros que não contratamos com a qualidade necessária. Não se fazia prospecção de jogadores. Como tal ficávamos à mercê das ofertas dos empresários e das sugestões circunstanciais dos treinadores. Essa lacuna está actualmente devidamente corrigida e vamos inverter essa situação.

2. Faz então um balanço positivo desta primeira fase da preparação da próxima temporada?
Sem dúvida, bastante positivo. Fizemos tudo o que achamos necessário para termos sucesso. Corrigimos alguns erros e lançamos um novo ciclo no futebol do clube, deixando de contratar jogadores em final de carreira e dispensando todos os jogadores que não se impuseram como potenciais titulares do clube. Contratamos jovens talentos que possam ser no futuro mais-valias desportivas e financeiras para o clube, continuamos a apostar em jovens da Formação e temos uma equipa técnica com qualidade a todos os níveis. Eu estarei ainda mais próximo da equipa, temos vindo a reforçar a coesão de toda a estrutura do futebol e a sintonia entre as diversas áreas é a melhor possível. Todas as razões para nos sentirmos mais fortes e com a ambição necessária para lutar pela vitória em cada jogo. Tudo isto, respeitando o orçamento previsto que sofreu mais uma forte redução, atendendo à realidade económica actual. Estamos preparados para começar. Apenas não queremos que se repita a epidemia de graves lesões do ano passado em jogadores nucleares. Estou confiante e cheio de ambição, mesmo sabendo que este é o momento de todas as expectativas e de todas as esperanças em todos os clubes.

3. Como tem corrido a relação com o Porfírio Amorim, agora treinador?
Relembro-lhe o que disse na última entrevista. Pelas experiências acumuladas, fui muito rigoroso e exigente na escolha do treinador, pois não queria correr riscos imprevistos. A escolha do Porfírio Amorim foi muito ponderada, sendo fruto do conhecimento directo que tenho das suas qualidades pessoais e profissionais. Trata-se de uma pessoa séria, idónea, dedicada, muito competente, muito profissional e muito experiente. Como conhece bem o clube, é uma escolha que comporta menos riscos que outras que eventualmente pudesse ter feito. Não nos podemos esquecer que trabalhamos juntos há mais de um ano. Quero partilhar com os trofenses que é minha convicção que o Porfírio Amorim foi a melhor aquisição que fiz para o Clube em todos estes anos que levo de dirigente. A sua dedicação ao Trofense tem sido exemplar. Quanto mais tempo passa mais confirmo todas as razões que me levaram a convencê-lo ser o treinador do Trofense.

4. E o plantel? É o desejado? Saíram jogadores titulares, como o Cláudio e o Hélder Sousa? Que expectativas relativamente aos reforços?
Não há plantéis ideais, apenas os planteis possíveis. Com as limitações financeiras que temos não é fácil escolher e contratar jogadores, até porque há clubes de campeonatos mais fracos mas com maiores recursos financeiros, como a Roménia, Polónia, Suíça, Chipre, Grécia, levam a maioria dos jogadores portugueses em final de contrato que se situam no segmento de mercado do Trofense. Por isso, não conseguimos renovar com o Hélder Sousa, pois o salário que lhe ofereceram ultrapassava o nosso tecto salarial. O caso do Cláudio é diferente. O jogador pertence ao Vizela e para o adquirimos teríamos que o comprar. Essa condicionante, mais o seu salário e a sua idade, tornaram essa hipótese fora da nossa realidade económica e fora da nossa actual política desportiva. É bom salientar que, as contratações do Licá e do Cláudio no mercado de Inverno, provaram que a nossa Prospecção está no bom caminho. De resto, apenas foram dispensados aqueles jogadores que não renderam o que se esperava. Não podiam continuar no plantel jogadores que são potenciais suplentes. Queremos potenciais titulares. Mas neste momento o mais importante é referir que estamos muito contentes com os nossos reforços e com os jogadores que renovamos o contrato. Vamos ter um plantel com uma média de idades baixa, uma boa base para futuro do clube, com qualidade para dar alegrias aos nossos adeptos. Agora é de saber esperar com muita confiança pelos resultados deste trabalho. Estou confiante.

5. Vai fazer parte do plantel principal algum atleta oriundo da Formação?
O aproveitamento dos jovens jogadores com qualidade dos juniores vai continuar de forma séria e pensada. Todos fomos testemunhas das dificuldades que 2 jovens jogadores, o Romeu e o Caiado, tiveram para jogar ao nível exigido pela II Liga. Ambos são produtos de duas grandes escolas, Benfica e Sporting, ambos ex. internacionais e ambos com vários anos de sénior. Comparem essas situações com a dos nossos jovens que acabam de fazer o campeonato da 2ª divisão de juniores. Por isso, temos que ser criteriosos e não cair na tentação de pensar que tudo que reluz é ouro. Seria mau para os jovens e para o Trofense. Nada de ilusões fáceis. O critério é a qualidade. Para já, o Serginho vai integrar o Plantel da próxima época. Sobre os restantes veremos que decisões tomaremos na defesa da evolução dos jogadores. Bom seria eles terem a possibilidade de jogarem com regularidade. No momento certo uma decisão será devidamente tomada.

6. Como vão os apoios ao clube por parte das instituições e do tecido comercial do concelho?
Não posso esconder que estou desiludido com a falta de apoio efectivo de algumas empresas do nosso concelho. Esperava que dessem ao clube mais algum apoio. E de facto, algumas empresas, simplesmente têm esquecido o CD Trofense. É muito importante que as empresas do nosso concelho decidam a apoiar o Trofense de forma concreta e sustentada. Aguardo que, se lembrem que o Trofense eleva diariamente na comunicação social nacional o nome na Trofa e é um bom veículo de promoção de marcas e serviços regionais e nacionais. Quero continuar acreditar que o clube é de todos os trofenses.

7. Sr. Presidente quer tornar públicos os motivos da recente remodelação directiva?
Os sócios e adeptos do CD Trofense sabem que eu na defesa dos interesses do clube, não olho a nomes e muito menos a graus de parentesco. O Trofense é um clube que exige a participação activa de todos os seus dirigentes. Ser dirigente do Trofense é uma enorme responsabilidade, pelo que se algum elemento não conseguir, por motivos pessoais ou profissionais, corresponder às expectativas ou exigências do cargo, terá que sair para bem do funcionamento colectivo. Julgo que esta é a forma mais adequada da defesa dos superiores interesses do clube. Devo acrescentar que esta remodelação efectuada teve o apoio e o consenso unânime dos restantes dirigentes. Saíram da Direcção o Dr. Miguel Carvalho e o Sr. Armando Martins.

8. Quer deixar alguma mensagem aos nossos sócios e adeptos do CD Trofense?
Apesar das grandes dificuldades de receitas que temos, estamos convictos que vamos fazer melhor com menos recursos económicos. Nenhum clube tem êxito sem o apoio dos seus adeptos. Os sócios conhecem-me e sabem da minha dedicação ao nosso clube. Como Presidente do Clube serei o primeiro a confiar que podemos ter sucesso. Não podemos esquecer que vamos ter uma equipa jovem que vai precisar do apoio dos sócios para ter a confiança necessária para render tudo quanto está ao seu alcance. Queremos que todos os sócios e adeptos nos apoiem com entusiasmo e confiança. Nos últimos anos temos perdido muitos pontos em casa. Temos que inverter essa tendência. Para tal, o apoio e o calor dos adeptos é fundamental para ajudar a equipa a não perder pontos em casa. O nosso estádio tem que passar a ser temido pelos nossos adversários. Para atingirmos os nossos objectivos, os jogos em casa serão fundamentais. Vamos voltar a encher o nosso estádio é o meu desafio a todos os Trofenses.