Análise do Plantel e da nova política desportiva do CDT

As entrevistas e declarações públicas do Dr. Rui Silva, têm revelado de forma muita clara para quem lê com atenção e frieza, uma convicção muito forte na actual gestão desportiva do CDT. O nosso presidente, mais que todos, tem autoridade para fazer uma análise rigorosa dos últimos anos do nosso clube. Eu apenas me vou concentrar na leitura e conclusões que faço dos "sinais" públicos do que se passa na vida do CD Trofense. Agora que o plantel do CD Trofense começa a ganhar forma parecem-me muito claras algumas ideias que estão na base da sua constituição e na nova politica desportiva: 

1. Uma grande redução no orçamento relativamente ao valor da época passada, que já era muito menor que o da época de subida. Os números não mentem e ajudam a perceber o que se pretende. Acabaram o nível de salários altos que se pagavam ao Lipatin, ao Zé do Golo, ao Sidney, ao Ricardo Nascimento, ao Valdomiro, ao Chad, etc. 

2. Alteração radical da política desportiva – Baixar a média de idades do plantel, acabar com a contratação massiva de jogadores em final de carreira, aquisição de jogadores que possam ser mais-valias financeiras para o clube. Lembro as médias a rondar os 30 anos dos planteis da subida e da I Liga. E lembro que nos últimos 10 anos não conseguimos vender nenhum jogador, nem da equipa que subiu de divisão. Isso diz bem da errada política de contratações do clube. Porque ninguém cobiçou ou tem cobiçado os nossos jogadores? Cobiçam tantos jogadores dos outros clubes! 

3. Acabar com os contratos de “favor” com jogadores. Lembro atletas como Pedro Rios, que praticamente nunca jogaram no Trofense, passaram a maior parte do tempo emprestados (sem jogarem) com o Trofense a pagar os salários épocas atrás de épocas. 

4. Rescindir e dispensar os jogadores”pesos mortos”, como o David Caiado, que após 2 anos no clube e treinado por 4 treinadores, nunca se impôs como titular e teria, segundo se sabe, o contrato mais caro do plantel no próximo ano. Pode ser que no Chipre, onde até o flop Gora Tall conseguiu ser titular de uma equipa e jogar, possa ter mais hipoteses. 

5. Grande sigilo nos processos de contratação. O clube tem a agenda e o calendário das contratações devidamente controlado. É obvio que sempre existe alguma especulação, mas isso é normal e dentro de tantas tentativas de adivinhação que fazemos, algum palpite há-de acertar. 

6. Exceptuando o Hélder Sousa, cujos valores contratuais o Trofense não conseguiu concorrer, apenas ficaram da época passada os jogadores que o Presidente e o Treinador consideraram importantes – Varela, Igor, Tiago, Marco, Pedro Ribeiro, Reguilla, Licá, Filipe Gonçalves, Mustapha, etc 

7. A grande diminuição do grupo de jogadores brasileiros dentro do plantel – SAEM: 10 jogadores brasileiros (Cláudio, Jorge Luiz, Milton, Paulinho, Mercio, Chad, Silas, Williams, Hermes, Thiago Bento). Aliás, é o grupo todo de jogadores brasileiros do plantel. ENTRAM: 4 jogadores brasileiros (Nildo, Moreilandia, Caicó e Santos), e não se vislumbram que possam vir muitos mais. 

8. Aliás, essa diminuição de jogadores brasileiros tem vindo a ser progressiva, já tinham saído – Marcos António, Valdomiro, Zé Carlos, Sidney, Dagil, Lipatin, André Barreto, Edu Souza, Theo, etc. 

9. Há uma clara tendência de desbrasileirar aquilo que tinha sido uma tendência dos planteis do Trofense nos últimos anos. 

10. Continuação da aposta na Formação como prova a inclusão do ex.junior Serginho. 

11. Contratação de jogadores jovens para ter sempre uma base de jogadores para assegurar o futuro. Por exemplo, um jovem internacional, Ricardo Janota, para assegurar o futuro da nossa baliza e um jovem internacional cabo-verdiano, Gégé, para assegurar o futuro da nossa defesa. 

12. A forma serena e discreta como todos os jogadores tem sido contratados e anunciados pelo clube. Estas são, na minha opinião, as primeiras impressões mais importantes que se verificam na preparação do plantel da próxima época. Vamos aguardar serenamente por mais boas novidades. 

Prof. António Silva