Viagem ao Pantanal

Domingo fomos até terras de nossa Senhora de La Salette, jogar contra um clube com aspirações de subida, o Bruxo é contra essas pretensões. Porque jogar naquele local é impróprio para o Porto, mas também o devia ser para os outros. Chamar aquilo relvado, é uma ofensa para a erva, que alimenta os burros do Curral. Assim como chamar estádio, é conversa de bruxo, uma anedota cheia de exageros. As chuteiras enterravam-se naquele lamaçal, batatal, tudo que possam e queiram imaginar e que possa ter a ver com algo que rime com pantanal, agora relvado, isso nem eu que sou um brincalhão lhe posso chamar. Só era bom para as quedas, era assim uma versão de terreno acolchoado.

Esta semana falou-se em revistas nos estádios, eu finalmente percebi o porquê. No nosso convém revistar porque das bancadas pode-se arremessar com algo. No Oliveirense ninguém se dá ao trabalho de arremessar nada, basta esticar o braço e dar logo uma ou duas chapadas, ora não podem deixar entrar só manetas, por isso, tudo em frente, tudo entra e com indicações de não deitar o bilhete fora, porque nunca se sabe se o jogo acaba no próprio dia.

Um Bruxo do Oliveirense, meu amigo de outros “bruxedos”, correspondente de um jornal local e grande conhecedor da redondinha, dizia-me na Segunda-feira, que assiste a todos os jogos e que o Trofense foi sem duvida nenhuma o clube que melhor jogou naquele estádio esta época...na primeira meia-hora.

Isto deixou-me a pensar, já na semana passada se o jogo tivesse acabado aos 30 minutos, tínhamos ganho 3 pontos e decidi que vou convocar um "bruxoprotesto" à porta da liga no próximo 1 de Abril.

Em tempo de chuva ou vendaval, 15m em cada parte, tem que ser mais que suficiente, querem estar 90 minutos no estádio? Faz-se um intervalo maior.

Assim sendo tenho que acusar o relógio esta semana, tem que ser...

O Árbitro quando estava a acabar o aquecimento, parecia o Joaquin Cortês a dançar flamengo, pernas curvadas, aquilo foi um espectáculo, era um verdadeiro “cigano” tanto roubava para um lado como para o outro, tirava aos fracos para dar aos fortes e vice-versa, quanto a isso nada há a declarar, tanto que nem vou falar do golo deles em fora de jogo (afinal quem perde por dois, perde por três), do exagerado vermelho directo ao Pedro e muito menos de ter perdoado o vermelho ao Guarda-redes local, o árbitro sabia que eles não tinham mais nenhum e vai daí mostrou só o amarelo.

Os adeptos da Trofa, também não ajudam muito, deitaram as mãos à cabeça por o mister ter colocado o Pedro Ribeiro a Def. Dir., vá lá temos que ser justos, o rapaz até fez o papel dele, queriam se calhar que tivesse colocado o Bruno Sousa...Não pode ser, primeiro porque já conhecia muito bem o campo, depois porque foi mais acarinhado pelos adeptos locais, que os jogadores da casa, se o rapaz entrava, os do Oliveirense com os ciúmes, faziam-lhe a vida negra, porque da Trofa só dois ou três os aclamavam, batiam-lhe palminhas e tudo, (do lado vip, que do lado descoberto, eram só Trofenses verdadeiros) ao Bruno, era todo um estádio a sauda-lo. 

Não gostaram do Jorge Luiz ter entrado para o lugar do Igor, mais uma vez, não percebem nada da coisa, mas eu explico. Então não viram que finalmente o Igor aprendeu a jogar? Pronto...se aprendeu e até estava relativamente bem, há que dar lugar a outro, para que aprenda também.

Reclamaram por ter trocado o Hélder Sousa pelo Hermes. Aqui eu que sou bruxo, dou razão ao Daniel, o Hélder é tecnicista, aquele relvado, só se fosse para treinar as técnicas de como dar um passo, sem cair num buraco. Finalmente compreendi porque o Chad também não foi convocado, naquele tipo de terreno já ele sabe jogar, à que dar lugar a outros, que isto é um ensinamento total, ao menos se não subirmos, ficamos com a "escola" feita. Mas a revolta maior veio com a troca do Licá pelo Maciel, mais uma vez, não perceberam nada da coisa, o Bruxo vai dar-vos uma lição de bola, pois ando a tirar o curso de "bruxomister". Sei que os adeptos queriam que tirasse o Romeu, porque o miúdo, foi o mais "inoxidável", fez um jogo do outro mundo e já nem com o peso da camisola podia, mas foi por isso que ficou, para ganhar músculo, porque a jogar assim, outros palcos se lhe abrem e convém o rapaz deitar corpo e engrossar a voz enquanto a língua ainda não lhe servisse  de gravata, estava apto para jogar.

Já o Maciel queriam melhor terreno para analisar se a lesão dele estava curada ou não? Há que usar destas técnicas para testar as curas, por isso foi muito bem pensado, o Bruxo aplaude o Daniel, ele sim o verdadeiro "pensador".

Li em tempos por aí, que o dinheiro das quotas, só dava para comprar sabão, meus amigos estamos lixados, vamos ser aumentados, porque só para lavar o equipamento do Reguila, temos que pagar uns três meses extra. Fez-me lembrar o meu primo, quando íamos para a minha avó arrancar ervas daninhas, o gajo em vez de arrancar as ervas, rebolava-se na terra, para parecer que trabalhava mais que nós e a coisa pegava, no caso do Reguila, valeu pela entrega e pelo esforço, porque a eleger o trio maravilha ou inoxidável como preferirem de Oliveira de Azeméis, tenho que dar o primeiro lugar do pódio ao Romeu e atribuir o segundo e terceiro lugar, ao "tractor" Varela e Licá respectivamente.

Estava o jogo nos 86 minutos, os Trofenses a pensar no empate e entra o Bafode, o bruxo suspirou de alivio por ser guineense, imaginem que era brasileiro...Seria Bafodê, e Ba-fodê quem? O Trofense só podia!!

"Ná Fodê" ele, mas o Cícero não perdoou. Já tínhamos um peru, um garnizo (que é assim meio-frango), tínhamos dispensado o Cabrito final, mas a ementa assim o determinou, que por aqueles lados a cozinha tradicional portuguesa era picanha com feijão preto, fartaram-se de a publicitar. Aliás eu apelo aos fabricantes de queijo de Curral da Mula, que nos patrocinem, por favor, o Bruxo implora, porque dizem que o dito cujo faz esquecer e só Deus sabe como precisamos disso.

Bruxo do Curral da Mula