8 de Março Dia Internacional da Mulher

Hoje celebram-se 100 anos desde que Clara Zektin propós 8 de Março, como dia Internacional da mulher, data que foi consagrada em 1975, pelas Nações Unidas em sinal de apreço pela luta no feminino. Eu pessoalmente sou contra “Dias Internacionais”, existem para dar visibilidade ou lembrar algo que no resto do ano é esquecido, ninguém ouve falar no “Dia Internacional do Homem”, pura e simplesmente porque não existe. Quando formos verdadeiramente tratadas de igual para igual em todas as circunstâncias, quando todos o fizerem, não haverá mais necessidade de se assinalar este dia, que na minha opinião, só perpetua a desigualdade.

Ainda somos produto de uma mentalidade retrógada e ancestral, em que o Homem não nasceu para as tarefas domésticas e cabe à mulher mesmo que tenha uma profissão exercer também esse papel, ao homem tudo lhe é permitido e perdoado, às mulheres, o recato do lar e a vida em família é o que lhe fica melhor, é o que faz delas “sérias”.

Felizmente as novas gerações tendem a alterar isso, as mentalidades estão a mudar e cada vez mais se vêm mulheres a marcar posição em terrenos que eram tipicamente masculinos até meados do séc. passado e fazem-no com igualdade de competência, muito embora por vezes com desigualdade de salário.

Sopram ventos de mudança, mas infelizmente ainda há muita coisa a fazer, muito por que lutar, existem milhões de mulheres, neste nosso planeta Terra, que continuam a precisar que lhes seja dada voz.

Em pleno sec. XXI, há quem considere que o homem tem legitimidade para bater na companheira, há mais de 100 milhões de mulheres a quem praticaram a mutilação genital, por puro preconceito religioso, porque o prazer é pecado, quem as engane e trafique com o unico objectivo de fazer delas escravas sexuais. Por isto e por muito mais, (com muita pena minha) continuará a fazer sentido, que pelo menos uma vez por ano, as vozes se levantem em protesto e em lembrança.

Eu admiro as mulheres, admiro a sua raça, a força, a intuição, a sensibilidade, a coragem características da maior parte delas e como a verdadeira igualdade ainda não passa de um sonho, desejo a todas, especialmente às da minha terra, às mulheres trofenses um dia muito feliz.

Já que o calendário vos deu este dia, usem-no da melhor forma, valorizem-se, exijam ser tratadas como igual. Lancemos a semente para que as nossas filhas, possam já colher o fruto e quem sabe as nossas netas ou bisnetas, já não precisem celebrar este dia.

Isso sim era uma vitória, não da mulher, mas da humanidade e motivo para ser festejado.

Maria