segunda-feira, agosto 10, 2009

A Sabedoria vem com a idade.


A equipa de Vitor Olveira apresentou-se disposta num 4-3-3, contra um Penafiel preocupado em defender um resultado de todo inesperado na primeira volta. Desta feita, a equipa apresentava um quarteto defensivo composto por Bruno Sousa, que apesar de não ter tido muito trabalho, fez uma exibição segura, os centrais Pedro Ribeiro e Ginho que evidenciaram bons pormenores técnicos, sobretudo no desarme à estrela do penafiel, Michel, com Igor na esquerda. Este parecia estar a ter alguns problemas do ponto de vista tactico, sendo que o treinador estava constantemente preocupado com o seu posicionamento, e mesmo a sair a jogar nunca conseguiu desenvolver um lance de maior.
Já no meio campo a jogar à frente dos centrais estava o pilar desta equipa, Tiago. Este esteve exemplar no capítulo táctico e equlibrou por completo a equipa. Na primeira parte o Trofense procurava sair com um dos centrais, que se deslocava para o seu flanco mais próximo entrando na área de acção do lateral, que por sua vez se movimentava consoante o comportamento dos adversários e procurava interagir com o extremo, que recuava bastante à procura da bola. Nestas situações as compensações de Tiago aos centrais foram absolutamente fulcrais, na segunda parte demonstrou que há duas coisas que um jogador nunca perde: classe e inteligência, fantástico a gerir o ritmo e a direcção do jogo da equipa com alguns gestos tecnicos que baralhavam a formação de penafiel, raramente errou na primeira fase de construção de jogo, que asumiu completamente e chegou até a forçar uma expulsão onde veio ao de cima a sua experiência. Defensivamente, uma muralha, se com a bola nos pés evidencia alguma classe, sem ela mostra que é um guerreiro. Sem grandes dúvidas o melhor em campo.
Mais à frente estavam Felipe Gonçalves e Mércio, o primeiro fez uma exibição coesa, acima de tudo demonstrou ser um jogador completo e competente, apesar de um pouco perdido na primeira parte. Já Mércio, não parece encaixar, valeu pela sua polivalência e pela agressividade com que disputava cada lance, que durante grande parte do jogo parecia ser o que o treinador dele queria.
Nos extremos tínhamos Maciel, um jogador claramente sem caixa para recuar e vir buscar jogo e poder transportá-lo com alguma velocidade, mas tecnicamente acima da média. Subiu de rendimento quando deixou de jogar no espaço, já que o Penafiel se fechou após a expulsão, e aí tornou-se num pesadelo para os seus adversários, dispõe de um bom jogo de pés capaz de potenciar bons dribles e jogo ao primeiro toque procurando sempre encontrar espaços para lançar os seus companheiros e um bom sentido posicional apesar da falta de dinâmica. Nesta fase da sua carreira parece mais capaz de jogar no apoio ao Ponta de Lança do que no flanco, no meio de uma excelente exibição, pena a expulsão. Já Moustapha, continua muito verde, passou o jogo todo a ver o seu posicionamento a ser corrigido e com a bola nos pés teve bons e maus momentos, apesar de tudo uma exibição bem superior à da primeira mão.
Hermes foi o Ponta de Lança de serviço, destacou-se por alguns lances ganhos, soube acima de tudo utilizar o seu físico e fez algumas arrancadas perigosas em que respondeu muito bem a passes em profundidade de companheiros de equipa, o facto de não ter medo de rematar também é muito positivo.
Nos suplentes, é impossível não falar de um jogador, se disse que Tiago mostrou alguma, Helder Sousa transpirou classe. Uma qualidade de passe, visão e percepção de jogo geniais, e tecnica típica de um 10 puro, a juntar a uma dinâmica e versatilidade que lhe permitem alongar a sua área de acção para os flancos e dar uso à sua capacidade para cruzar, transformam este jogador num dos melhor valores do clube desportivo Trofense. Williams entrou para lateral esquerdo e comprometeu algo defensivamente das poucas vezes que foi chamado a intervir nesse sentido, mas ofensivamente imprimiu velocidade no flanco esquerdo. Já Silas não conseguiu dar grande uso ao seu tamanho ou velocidade, acima de tudo desgastou a defesa do Penafiel.

Por fim, o caso de Riça, convêm não esquecer algumas situações em que teve dificuldades na altura de agarrar/socar a bola, mas fez acima de tudo uma exibição segura. Foi o herói dos penalties, onde se destaca uma defesa” impossível” em que chega a um remate exemplar.
De destacar que foram 3 jogadores já experientes que se destacaram nesta partida, onde acima de tudo era necessário manter a cabeça fria. Maciel, Tiago e Helder Sousa, apesar de este último ter jogado menos tempo. 3 veteranos que mostraram aos jovens da casa como isto se faz.
Tive sempre fé que passariamos, com o correr do jogo, sabia que o “cântaro, tantas vezes vai à fonte que um dia perde a asa”, mas não estava preparada para os penalties.

1 comentário:

Pedro Martins disse...

Excelente!
Reflecte completamente o que aconteceu em campo.
Mais um bom trabalho da sempre.....Maria!