A Magia de Bruno Esteves

Eu acredito piamente nos poderes mágicos do senhor Bruno Esteves, não tivesse ele com apenas um apito na mão e dois cartões no bolso feito desaparecer 2 pontos para o Clube Desportivo Trofense. A terceira jornada da Liga Vitalis foi marcada pela deprimente e memorável prestação do árbitro.

A equipa da Trofa adiantou-se cedo no marcador, com uma boa jogada da equipa da casa, que acabou com um passe de Helder Sousa para a estrela da tarde, Reguila. Este voltou a marcar, mais uma vez assistido por Sousa, desta vez num livre em que o número 7 Trofense dá um pequeno toque na bola, para Reguila mais uma vez fazer das suas. A partir daí o Trofense não tinha de fazer mais do que dominar, com uma linha defensiva composta por Milton, que foi um dos jogadores em foco da equipa, Pedro Ribeiro, que pouco se notou mas cumpriu a sua função, e Paulinho, mais uma vez adaptado a lateral, que desta vez procurou transportar mais jogo e não cometeu erros de maior. O grande problema foi mesmo Ginho, já que a sua falta de velocidade, agressividade, e a forma de encarar o lance parecem ser mais características de um central, contudo, à falta de melhor, vai desenrascando, apesar de não estar isento de culpas no lance do golo, já que foi demasiado permissivo perante Ricardo Nascimento que deu uso ao seu enorme talento para assistir João Silva, um jovem muito promissor que ainda no ano passado brilhava pelos júniores, que bateu Milton no ar e finalizou.

Com este golo o Aves mudou de disposição e parecia mais determinado na busca pelo golo do empate, já o Trofense procurava evitar que tal acontecesse e no meio-campo tinha um Tiago que apesar de atento a Nascimento e de ter realizado uma exibição mais discreta, cumpriu a sua função e não permitiu muito jogo na sua área de acção. Mércio defensivamente foi mais uma vez importante na pressão ao adversário, mas em funções ofensivas raramente se fez notar, o último elemento era Helder Sousa, que apesar de menos vistoso, parece ter cumprido ofensivamente, estando encarregue de fazer a transição entre meio-campo e ataque, recebeu sempre bem o jogo e organizou-o convenientemente. No ataque Moustapha, também ele menos”espectacular” do que em ocasiões anteriores, realizou uma boa exibição e cada vez mais parece progredir no momento de decidir se vai driblar ou passar, de principal relevo algumas incursões para o centro do terreno que não foram fáceis de gerir por parte dos adversários. Mesmo na ajuda ao lateral, parece estar mais certinho, apesar de não oferecer o mesmo apoio que Filipe Gonçalves, que por sua vez pouco contribuia na manobra atacante, tendo até trocando de posição com Helder Sousa ao intervalo já que não ofereceu profundidade no flanco direito. No centro, Reguila marcou um golo em que esteve bem na desmarcação e outro com um livre de grande qualidade, esteve apagado no resto da partida, muito por culpa da equipa, e claro, da arbitragem bem manuseada do árbitro da partida, que terá “engraçado” com o 11 Trofense.

No que toca a alterações, Maciel esteve pouco em destaque, já que o meio-campo passava por sérias dificuldades tanto antes como depois do empate, dificuldades essas que Vítor Oliveira tentou atenuar com a entrada de Thiago Bento. Já Silas, é sempre um jogador perigoso pela sua estatura e velocidade, mas não teve tempo, nem recebeu jogo que lhe permitisse fazer a diferença.

Em suma, uma boa exibição, com um Trofense paciente na tentativa de aguentar as investidas do adversário, e que investidas essas, não tivesse Paulinho sido agredido com uma cotovelada, Tiago ter sido agarrado pelas pernas, ou Reguila constantemente derrubado. Mas ao que parece tais acontecimentos são demasiado insignificantes para o apito de ouro do senhor árbitro, que coroou a sua tarde com a marcação de um penalti que não existiu. Favores, dirão alguns. Não!! Isso era dar importância a quem não a tem, ontem foi incompetência pura.

Eu sou por norma optimista, vejo sempre o copo meio cheio e lembro-me (não tenho memória curta) que no ano que subimos à primeira liga, também tivemos alguns “roubos de igreja”, quem sabe o de ontem não tenha sido um bom prenúncio. Um ciclo que se repetirá.

Uma palavra a alguns adeptos...Se querem ofender, ofendam os nossos adversários, não os nossos atletas, porque ontem eles não o mereciam, pois tiveram que jogar contra duas equipas e assim é difícil.