Jornal da Madeira | E aconteceu Taça...

O União mercê de uma postura muito determinada e concentrada, superou o Trofense equipa que milita na Liga Orangina e segue para a 3.ª Eliminatória da Taça de Portugal. Em campo, a diferença de escalões a que ambas as formações pertencem, não se fez notar ao longo do jogo. É verdade que o campo poderá ter sido uma “mais-valia” para o conjunto madeirense, mas nada poderá tirar o brilho a esta vitória, conquistada e não oferecida, como o atesta a forma penosa como os jogadores do Trofense encararam o derradeiro apito do árbitro. Contando nas suas fileiras com jogadores experientes a nível nacional, como são os casos de Tiago, Zé Manel e Reguila este último o melhor marcador da derradeira edição da prova, o Trofense seria um adversário temível e foi-o. Esta partida marcou o reencontro de Daniel Ramos com a sua antiga equipa. O União/SAD apesar de defrontar em conjunto, em teoria, superior, manteve-se fiel ao seu estilo de jogo, embora com ligeiras nuances. E foram mesmo os madeirenses a ter a primeira oportunidade do jogo, por intermédio de Hernâni decorria o 10’. Apenas aos 21’, num remate de longe, sem perigo de maior, desferido por Filipe Gonçalves o Trofense deu um ar da sua graça. O equilíbrio era uma constante, todavia, aos 30’, após uma excelente jogada colectiva, tendo como intervenientes Tiago, Hugo Santos e Alex, Bertinho finalizava e colocava o conjunto madeirense na frente do marcador. Ainda antes do intervalo Reguila assustou, mas Adriano Fachino segurou.
Na segunda metade os homens da Trofa transmitiram outra intensidade ao jogo e Adriano Fachini foi obrigado a defesas de qualidade.
Todavia, foram os unionistas os primeiros a criar perigo. Pouco depois do reatamento, aos 47’, apenas a rapidez de Marco obstou a que um centro de Anderson resultasse em algo mais. Contudo, a pressão acentuava-se e o extremo-reduto do União era obrigado a atenções redobradas. Aos 54’, Reguila teve um remate pleno de intenção, mas ao lado. Aos 60’, Zé Manel colocou à prova Adriano Fachini. O domínio era agora do Trofense com o União a procurar em rápidos lances de contra-ataque decidir o confronto. Aos 72’, o central Varela teve uma incursão pelo centro do terreno, que culminou com um potente remate ao poste. Até que aos 78’, Ouattara cobrou um canto directo, iludindo Adriano Fachini que não tinha nenhum colega colocado ao segundo poste e restabelecia a igualdade. Aos 82’, Ouattara voltou a criar perigo, mas Adriano Fachini esteve insuperável. Os últimos minutos foram emotivos, primeiro foi Bertinho quem esteve perto do golo, aos 85’, para na resposta, Zé Manel obrigar Adriano Fachini a uma explêndida intervenção.
O prolongamento foi muito disputado, com intensidade e alguma dureza, até que aos 86’, Steve com um remate de pé esquerdo, muito colocado, oferecia em “bandeja dourada” a vitória à equipa madeirense.
Arbitragem segura e sem influência no desfecho final.

Treinadores com diferentes visões do jogo

Daniel Ramos (treinador do União/SAD): “Foi, acima de tudo, uma vitória justa. Para nós foi penalizador irmos para o prolongamento, pois fomos a melhor equipa ao longo dos 90 minutos. Enfrentamos um adversário de um escalão superior, num jogo que teve grande intensidade e carga emocional. Houve um grande desgaste e isso foi visível no prolongamento. Fomos quem procurou ganhar o jogo nos 90 minutos e depois no prolongamento.Este foi um bom teste e passamos no teste, tirando ilações positivas”.
Porfírio Amorim (treinador do Trofense): “É incrível como após 120 minutos de domínio constante, somos eliminados. O União foi premiado em duas situações de pouco risco. É uma pena que o futebol positivo não vença o jogo do deixar passar o tempo. O União tem uma equipa com qualidade, mas não era isto que queríamos. É óbvio que este não o tipo de terreno onde gostamos de jogar, mas como disse aos meus jogadores, as condições são iguais para os dois clubes. Impussemo-nos no jogo, mas não no resultado. Fomos demasiadamente superiores para merecer perder. O relvado não serve de desculpa”.